Colômbia busca sem esmorecer a paz total

Editado por Lorena Viñas Rodríguez
2017-10-03 11:02:29

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Foto:Archivo

O caminho é longo e pedregoso, mas a trégua nacional e temporária, pactuada pelo governo da Colômbia e o ELN – Exército de Libertação Nacional – é um passo muito importante.

É um resultado concreto no caminho rumo à paz completa e duradoura das negociações de paz que, desde fevereiro, realizam as duas partes em Quito, Equador.

O presidente colombiano, Juan Manuel Santos, agradeceu às Nações Unidas e à Igreja Católica por sua contribuição para o processo de paz na Colômbia, e também aos países garantes: Brasil, Chile, Cuba, Venezuela e Noruega, especialmente ao Equador, anfitrião das negociações com o ELN.

Este cessar-fogo que começou no domingo passado e se estenderá até janeiro de 2018 é uma mensagem alentadora para a sociedade colombiana, que acolheu com alegria o acordo de paz assinado no ano passado entre o governo do presidente Juan Manuel Santos e a outrora guerrilheira Farc - Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia – hoje partido político.

O acordo de 2016, após quatro anos de negociações, pôs fim a um conflito armado de mais de meio século que deixou perto de 220 mil mortos e milhões de deslocados.

Para Juan Camilo Restrepo, chefe negociador do governo colombiano na mesa de negociações em Quito, a trégua pactuada com o ELN é muito importante, se trata do primeiro acordo assinado que tende à paz com esse grupo guerrilheiro em seus 54 anos de vida.

Um mecanismo formado por representantes do governo, do ELN, a ONU e a Igreja Católica, verificará in loco o cumprimento da trégua bilateral. Segundo se soube, as Nações Unidas terão observadores em 33 lugares do país, especialmente nos mais afetados pelo conflito como Arauca e El Chocó, onde os indicadores de pobreza, analfabetismo, doenças e violência são mais elevados que no resto do país sul-americano.

A cessação das hostilidades vai permitir, principalmente, um alívio humanitário para a população civil, que é a mais castigada pela guerra, ao mesmo tempo que o governo se compromete a proteger melhor os líderes sociais e iniciar um processo de consultas com a sociedade: o ponto número um da pauta de diálogos e implica sua participação das audiências em Quito.

Embora a medida seja provisória, as partes decidiram continuar avaliando a situação com os olhos postos na prorrogação da trégua e continuar trilhando o caminho rumo à paz completa e duradoura.

Colômbia tem uma nova oportunidade que não deve desperdiçar. Se ambas as partes cumprirem o compromisso assumido se poderá avançar nas negociações em Quito e assim consolidar a paz no país.(Maria Josefina Arce)



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