Raúl Castro abre Cúpula da CELAC em Havana

Editado por Juan Leandro
2014-01-28 14:51:38

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Havana, 28 de janeiro (RHC).- O presidente cubano, Raúl Castro, abriu nesta terça-feira a Cúpula da CELAC, Comunidade de Estados Latino-americanos e Caribenhos, em Havana, com uma homenagem ao falecido chefe de Estado venezuelano, Hugo Chávez, um dos promotores desse bloco regional.

“Chávez foi um fervoroso e incansável promotor e lutador pela independência, a cooperação, a solidariedade, a integração e a unidade latino-americana e caribenha”, sublinhou Raúl, e pediu um minuto de silêncio em memória de quem qualificou como um dos grandes líderes da Nossa América.

Em seu discurso, o presidente cubano destacou os avanços na construção da CELAC, apesar dos enormes desafios que significam a continuidade da crise econômica mundial, os perigos para a paz em várias partes do mundo e as ameaças e medidas coercitivas unilaterais contra nações desta região. Hoje a entidade é reconhecida internacionalmente como representante legítima dos interesses da América Latina e o Caribe, afirmou Raúl Castro.

“Deve ser prioridade a criação de um espaço político comum, no qual avancemos rumo à paz e o respeito entre as nossas nações, em que sejamos capazes de vencer os obstáculos objetivos e aqueles que propositalmente nos imponham”, apontou. E chamou a utilizar os recursos da região de maneira soberana e para o bem-estar comum, e colocar as capacidades científicas e técnicas em função do progresso dos povos, fazendo valer os princípios de autodeterminação, soberania e igualdade soberana dos Estados.

“A presidência pro tempore cubana da CELAC foi encaminhada justamente a cumprir esse objetivo, e daí que o lema central desta Cúpula seja a luta contra a pobreza, a fome e a desigualdade”, apontou Raúl Castro, e recordou que hoje o 10% mais rico da população desta região recebe 32% dos ingressos totais, e o 40% mais pobre recebe só 15%.

Os povos da América Latina e o Caribe exigem e requerem uma melhor distribuição das riquezas e da renda, o acesso universal e gratuito a uma educação de qualidade, pleno emprego, melhores salários, a erradicação do analfabetismo, uma verdadeira segurança alimentar, sistema de saúde para toda a população e direito a uma moradia digna, a água potável e ao saneamento, ressaltou o presidente cubano. E garantiu que isso é possível graças às enormes reservas em matéria de terras, minérios, água e outros aspectos.

“Essa riqueza deve se tornar o motor para a eliminação das desigualdades. Nosso imperativo e desafio é sermos capazes de transformar esse capital natural em capital humano, infraestrutura econômica e diversificação da base produtiva e exportadora, para que contribua de maneira decisiva a um verdadeiro processo de desenvolvimento”, apontou Raúl Castro. Para isso é preciso exercer soberania plena sobre os nossos recursos naturais e aplicar políticas apropriadas na relação com o investimento estrangeiro e com as companhias multinacionais, indicou.

“Contamos com todas as possibilidades, recursos e metodologias para erradicar o analfabetismo na região, e devemos ter a vontade política para fazê-lo”, afirmou Raúl Castro. “Nada do que nos propomos será possível sem povos educados e cultos”, garantiu.

Mais adiante em seu discurso de abertura da Cúpula da Comunidade de Estados Latino-americanos e Caribenhos, o presidente cubano exortou a construir um modelo próprio, adaptado à realidade da região e baseado nos princípios do benefício comum e da solidariedade, levando em conta as experiências de blocos de integração como o MERCOSUL, a ALBA, a PETROCARIBE e outros.

“Como amostra de seu firme compromisso com o desarmamento nuclear e a paz, a América Latina foi a primeira no mundo em estabelecer, através do Tratado de Tlatelolco, uma zona livre de armas nucleares. Porém, devemos ir além, porque a paz e o desenvolvimento são interdependentes e indissolúveis”, afirmou o presidente de Cuba. “Não pode haver paz sem desenvolvimento, nem desenvolvimento sem paz”, apontou. E exortou a erradicar do continente a guerra e a ameaça ou o uso da força, e a resolver os problemas pela via pacífica e de negociação, condizente com o direito internacional.

Nesse ponto, reiterou o apoio à Argentina em seu litígio com a Grã-Bretanha sobre a soberania das Ilhas Malvinas, à independência plena de Porto Rico, hoje em status neocolonial sob a dominação dos EUA, e ao Equador, que sofre ameaças das multinacionais.

“Agradeço a todos os gestos de solidariedade diante do criminoso bloqueio imposto ao meu país ao longo de mais de meio século, e da injusta inclusão de Cuba na lista de patrocinadores do terrorismo elaborada pelo Departamento de Estado dos EUA”, sublinhou o presidente cubano, Raúl Castro, em seu discurso de abertura da Cúpula da CELAC, em Havana.



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