Por: Maria Josefina Arce
A água é um recurso vital para a sobrevivência da humanidade e seu desenvolvimento. Desde 2010 a ONU reconhece o direito humano ao precioso líquido, acesso que deve ser suficiente, saudável, e universal.
Todavia, hoje em dia, mais de dois bilhões de pessoas no mundo não têm acesso à água, e poderão ser muito mais nas próximas décadas levando em conta que a população no planeta continua aumentando.
A falta de água traz consigo doenças gastrointestinais. Assim, mais de três milhões de pessoas morrem todos os anos devido a estas causas, sendo as crianças as mais atingidas. A cada ano, 340 mil crianças morrem porque não têm acesso a esse recurso.
Múltiplos são os desafios para garantir água potável a todos os habitantes, entre eles os problemas ambientais e a mudança climática que incidem nos recursos hídricos, como as enchentes, estiagens e poluição do líquido.
Os conflitos bélicos também exercem grande influência na carência de água. Organismos internacionais explicam que os milhões de deslocados que geram as guerras significam forte pressão sobre os serviços de água e esgoto nas nações onde se estabelecem.
No caso das mulheres e meninas em zonas inseguras, apanhar água não só diminui o tempo que deveriam dedicar ao cuidado de suas famílias e ao estudo, mas também podem ser vítimas de violência e de ataques.
Em meio a este panorama, algumas nações procuram que toda a população tenha acesso ao precioso líquido, porém, em outras, se torna um lucrativo negócio. Empresas privadas pretendem converter um bem social numa mercadoria, um objetivo repudiado pela maioria da população civil.
Na América Latina, embora haja marcantes diferenças, governos como os da Venezuela, Nicarágua e Bolívia, estão trabalhando para que a água deixe de ser privilégio de um punhado de gente.
Os mencionados países investiram nos sistemas hídricos e de saneamento para garantir esse direito humano básico aos seus cidadãos.
A privatização, porém, vem ganhando espaço. Em El Salvador, por exemplo, a governista Frente Farabundo Marti de Libertação Nacional quer garantir o acesso de todos os salvadorenhos à água, mas a direita, no Parlamento, trata de frear este avanço.
Nas últimas semanas, esse país centro-americano tem sido teatro de protestos contra os planos da direita de privatizar a água. Dirigentes sociais assinalaram que o líquido é um interesse do povo.
Denunciaram que a direitista ARENA – Aliança Republicana Nacionalista – propôs a Lei Integral de Água para que o vital recurso fosse administrado por empresas privadas.
A água, vital para a vida, é a base do desenvolvimento sustentável e, acima de tudo, é um direito humano reconhecido por organismos internacionais que estão trabalhando para obter o acesso universal à mesma. Infelizmente, muitas nações não se preocupam com isso.