Por: Guillermo Alvarado
O presidente dos Estados Unidos Donald Trump decidiu cancelar as verbas que seu governo propiciava à Agência da ONU para os Refugiados Palestinos. Tal medida coloca em risco a vida e o exercício dos direitos fundamentais de milhões de pessoas que sofrem a ofensiva permanente do regime de Israel.
A porta-voz do Departamento de Estado, Heather Nauert, disse que a decisão toma por base um estudo segundo o qual o trabalho da agência foi classificado como irremediavelmente defeituoso, por isso tiraram o financiamento, explicou.
Washington fornecia um terço do orçamento desse organismo, que foi criado em 1949 para atender às necessidades vitais dos palestinos que tinham sido expulsos de seus territórios após a criação do Estado de Israel e a guerra de expansão que este iniciou contra seus vizinhos.
A noticia era esperada. No começo do ano, o presidente Trump tinha mandado cortar consideravelmente o dinheiro que se entregava para esta tarefa humanitária, que permitia inúmeras crianças palestinas receberem atendimento médico e acesso à educação e também se beneficiavam doentes e idosos.
Daquela feita, um porta-voz da agência comentou que a decisão de Trump era lastimável e nociva recordando que estava em jogo o destino de mais de meio milhão de crianças palestinas que são atendidas em 700 escolas, assim como a dignidade e a segurança de milhões de adultos que vivem como refugiados.
O chefe da Casa Branca não se importa com isso, é claro. Decidiu economizar os 360 milhões de dólares que fornecia, porém, não mexeu na ajuda de 3,1 bilhões de dólares que entrega a Israel para gastos militares.
Assim, o Estado sionista continua sendo o segundo país do mundo em receber financiamento direto dos Estados Unidos, depois do Iraque que precisa a cada ano de 5,3 bilhões para evitar sua desagregação devido as consequências das guerras do Golfo que o Pentágono tinha desencadeado contra essa nação.
O Egito e a Jordânia recebem cada um 1,2 bilhão de dólares ao ano, o que permite a Washington manter marcante influência nas decisões das duas nações, em primeiro lugar naquelas que possam ter impacto na hegemonia norte-americana na área.
Quando a gente compara essas somas com a ninharia que fornecia à Agência da ONU para os Refugiados Palestinos percebe que cortar esta ajuda é uma ação mesquinha e punitiva, porque as autoridades palestinas não se submetem aos desejos hegemônicos norte-americanos.
Além disso, é um golpe contra o processo de paz no Oriente Médio, praticamente sem futuro depois da decisão de Trump de mudar a embaixada de seu país a Jerusalém. Se houvesse alguma dúvida quanto às verdadeiras prioridades dos Estados Unidos nessa conturbada região, o presidente acaba de elucidá-la.