Complô contra o papa Francisco

Edited by Lorena Viñas Rodríguez
2019-09-18 09:50:05

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G. Alvarado

Grupos de notável poder econômico nos EUA, dos quais não são alheias algumas figuras importantes do governo do presidente Donald Trump, estariam levando adiante uma conspiração para depor o papa Francisco ou garantir a eleição de um próximo Sumo Pontífice afim a seus interesses.

Essa é a opinião do jornalista francês Nicolas Senèze, correspondente em Roma do diário católico “La Croix”, que fez uma investigação intitulada “Como a América quer mudar de papa”. Ele entregou uma cópia do documento ao próprio Francisco, cuja resposta repercutiu no mundo: “Para mim é uma honra que os norte-americanos me ataquem”.

Senèze diz que entre os envolvidos no complô há figuras como o banqueiro Frank Hanna, George Weigel e seu grupo Ethics and Public Policy Center – um dos chamados “tanques pensantes” ultraconservadores, e organizações ligadas à mídia como a Eternal World Television Network, cujo promotor e advogado, Timothy Busch, criou o Instituto Napa para divulgar o que ele considera uma “visão conservadora e livre da economia”.

Todos eles estão relacionados com altas figuras do governo, entre eles o vice-presidente Mike Pence, segundo afirmou Senèze em sua conversa com Eduardo Febbro, do diário argentino.

A conspiração começou em 2017, e um dos momentos críticos foi quando o cardeal Carlo Maria Vigamo – que foi nuncio do Vaticano nos EUA – publicou no ano seguinte uma carta onde atacava o papa Francisco e exigia sua renúncia. Na época, o religioso não conseguiu nenhuma adesão a sua rebelião solitária.

O assunto não surpreende se levarmos em conta que o Sumo Pontífice da Igreja Católica tem denunciado os alicerces do neoliberalismo e do sistema capitalista, entre eles a exploração ao máximo dos trabalhadores, que fazem mergulhar milhões de pessoas na pobreza.

O papa Francisco também condenou a intenção do governo norte-americano de construir um muro na fronteira com o México para conter o fluxo de migrantes sem documentos. Recordou aos políticos que defendem essas alternativas que “terminarão se tornando prisioneiros dos muros que constroem”.

O Vaticano tem mantido uma postura corajosa em temas como a defesa da natureza e o enfrentamento às mudanças climáticas e ao aquecimento global que ameaçam a vida no planeta. Recentemente, afirmou que os comunistas são os que pensam como cristãos, uma frase que gerou desconforto em Washington e noutros centros de poder.

Senèze advertiu que esses grupos até agora não conseguiram seu objetivo de depor o Sumo Pontífice, então, agora estão focados na próxima eleição para favorecer um candidato afim a suas ideias conservadoras. Para isso, pesquisam a vida e pensamento dos prováveis candidatos com o propósito de desprestigiar os que considerarem progressistas.

 



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