G. Alvarado
As fotos de Juan Guaidó com paramilitares que atuam na fronteira entre Colômbia e Venezuela, assim como o acordo entre o governo de Nicolás Maduro e setores da oposição venezuelana para instalar uma mesa de diálogo são péssimas notícias para os EUA e suas manobras para derrubar a Revolução Bolivariana.
Com certeza, os conspiradores da Casa Branca passaram mal quando foram divulgadas as fotos de seu homem de palha, sorridente, abraçado com sujeitos que fazem parte do grupo Los Rastrojos que se dedica ao tráfico de drogas, sequestros e extorsões.
Diz Guaidó que muita gente quer se retratar com ele. Naquele dia, quando saía clandestinamente da Venezuela, para assistir a um envio de ajuda “humanitária” da Colômbia, com show musical incluído, cruzou com centenas de pessoas.
É muito difícil que um político, mesmo de sua laia, se deixe retratar ao lado de um sujeito armado que supostamente não conhece.
Los Rastrojos foram o grupo encarregado pelos aliados de Guaidó para tirá-lo da Venezuela e levá-lo à Colômbia, o que significa que na ação estiveram envolvidos funcionários colombianos de todos os níveis e não poucos de Washington, fato que não foi comentado pela imprensa ocidental, que tirou rapidamente o assunto de suas manchetes.
Para lá das más companhias e o mau hábito de tirar fotos com elas, o autoproclamado “presidente encarregado” tem outros assuntos com que se preocupar.
O mais grave, foi a assinatura de um acordo entre o legítimo governo de Nicolás Maduro e alguns setores da oposição política para iniciar um processo de diálogo destinado a superar a crise por meios pacíficos.
O pactuado inclui a volta dos deputados chavistas para a Assembleia Nacional e o convite para que entrem nas negociações os que condenam a violência e não admitem uma intervenção militar estrangeira.
Guaidó já tinha perdido credibilidade com fiascos anteriores e a publicação das fotos com os paramilitares. Agora, está a ponto de perder sua suposta legalidade. É isso o que mais incomoda aqueles que mandam nele nos Estados Unidos.
Como explica o analista Aram Aharonian, com esse pacto a representação de Guaidó diminuiu notavelmente abrindo a possibilidade de outros grupos opositores aderirem às conversações com o governo venezuelano, o que implica que terá de sair do jogo, queira ou não.
Nestas circunstâncias, Robert O’Brien, novo assessor de Segurança Nacional de Donald Trump, não terá outra alternativa senão estrear seu posto com um plano novo, porque o que vem ocorrendo com Guiadó está cada vez mais perto do surrealismo.