Almagro e a OEA, feitos um para o outro

Edited by Lorena Viñas Rodríguez
2020-03-24 12:12:05

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Por Guillermo Alvarado

Ao estarem todos voltados para a pandemia que castiga o continente americano, passou quase despercebida a reeleição do uruguaio Luis Almagro como secretário geral da OEA - Organização de Estados Americanos com a aquiescência de Washington e seus lacaios da região.

Sem dúvida, é uma notícia nefasta para nossos países, mas esperada, porque os chefes desse organismo, que vivem na Casa Branca, não iam permitir de jeito nenhum uma viragem promovida pela equatoriana Maria Fernanda Espinoza que poderia ter arejado o lugar.

Uma entidade tão desprestigiada como a OEA não merece melhor destino que ficar nas mãos de um sujeito como Almagro, o homem que traiu não só seus princípios – se é que os teve alguma vez – mas também seu mentor, o ex-presidente José Mujica, que cometeu a ingenuidade de tê-lo recomendado para o cargo que ocupa desde 2015.

Estamos na presença de um mentiroso patológico, que violou os direitos humanos de países como Venezuela, Nicarágua, ou a Bolívia de Evo Morales, e, ao mesmo tempo, fechou os olhos às atrocidades perpetradas no Chile, Brasil, Colômbia e Peru.

Almagro é um anticomunista fanático que não se detém diante de nada e viola até o direito internacional ao reconhecer um presidente que ninguém elegeu – Juan Guaidó – e não tem nenhuma representatividade dentro ou fora da Venezuela.

O cúmulo da deslealdade de Almagro ocorreu quando a OEA foi convidada a observar as eleições presidenciais da Bolívia. Aquilo foi como meter a raposa no galinheiro.

Pois bem, a missão de observadores publicou um comunicado falso sobre supostas irregularidades na recontagem, processamento e custodia dos votos, o que serviu de pretexto para a oligarquia e o exército dar o golpe de Estado ao presidente Evo Morales.

Especialistas do Tecnológico de Massachussets, nos EUA, provaram que o informe era falso, mas o chefe da OEA não ligou, nem deu explicações.

Por isso a embaixadora do México na OEA Luz Elena Baños assegurou que a reeleição desse sujeito foi lastimável, uma expressão patética de más práticas e mostra das divisões que existem entre as nações de nosso continente.

Baños explicou que a OEA tem um secretário geral que atua como se fosse um Estado membro e não como um facilitador do diálogo ele diz acreditar na reeleição, mas fez tudo para se reeleger.

Dizem que cada povo tem o governo que merece, acho que a OEA tem um secretário geral à sua imagem e semelhança: um organismo ao serviço dos Estados Unidos, que despreza os povos que diz representar e atua por interesses. Em outras palavras: Almagro a e OEA são feitos um para o outro.

 



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