Por Guillermo Alvarado
O Fundo das Nações Unidas para a Infância – UNICEF – pediu ajuda adicional urgente para assistir a milhões de crianças que vivem no Oriente Médio e no norte da África castigadas pelas desgraças da guerra e agora ameaçadas pela pandemia da Covid-19.
UNICEF pede perto de 100 milhões de dólares adicionais para atender às necessidades associadas à doença numa região onde já se confirmaram mais de 105 mil casos e perto de 5.600 mortes.
No Oriente Médio e no norte da África vivem perto de 25 milhões de crianças, das quais quatro milhões poderiam mergulhar na pobreza total nestes meses devido às perturbações provocadas pelo vírus.
A Comissão Econômica e Social da ONU para Ásia Ocidental, com sede em Beirute, capital do Líbano, revela que neste ano as pessoas vão perder um milhão 700 mil empregos por causa do fechamento da maioria das empresas, a suspensão de salários e o confinamento quase total.
Isto afetará uns oito milhões de pessoas, a metade das quais são menores de idade. Estamos falando numa região de instabilidade política, arrasada pelas guerras, enfrentamentos entre grupos rivais, gangues do crime organizado e prejudicada pela mudança política.
Como se essas desgraças não bastassem, aparece agora a Covid-19 que poderia ter efeitos desastrosos entre as pessoas desnutridas, amontoadas em bases de refugiados onde sua vida é precária.
Ted Chaiban - diretor regional da UNICEF - disse que longos anos de conflitos, pobreza, privações e a falta de serviços básicos combinados com a doença da Covid-19 vão golpear forte em primeiro lugar as crianças transformando suas vidas difíceis em insuportáveis.
Em comunicado, o organismo difundiu recomendações para diminuir os riscos de infecção, preservar a saúde física e mental dos menores e suas famílias e evitar que os contagiados sejam estigmatizados.
Chaibán insistiu: é a região do mundo com mais crianças necessitadas de ajuda devido aos conflitos e às guerras. Detém as taxas de desemprego mais elevadas entre a juventude, e quase a metade de todas as crianças vivem numa situação de pobreza multidimensional.
Como ocorre nos desastres, guerras, eventos da natureza ou pandemias, sempre os menores levam a pior, porque são vitimas diretas ou perdem suas famílias.
Qualquer coisa que se faça para lhes poupar sofrimentos será louvável, especialmente porque há políticos neste mundo mais preocupados com seus dólares do que com a vida dos seres humanos.