Complica-se panorama sanitário no Chile

Edited by Lorena Viñas Rodríguez
2020-05-20 12:35:34

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Por Maria Josefina Arce

A situação sanitária no Chile é bem complicada. Nos últimos dias o número de contagiados com a Covid-19 subiu para mais de 46 mil deitando por terra o plano do governo de Sebastián Piñera que tinha por objetivo uma volta segura à vida habitual para ativar a paralisada economia.

A iniciativa tinha sido denunciada por muitos porque dava sinal errado da verdadeira situação existente no país.  Em conseqüência, boa parte dos cidadãos relaxou as medidas de segurança e isolamento social.

É claro que o resultado foi negativo. Assim, as autoridades não tiveram outra opção senão estabelecer a quarentena em toda Santiago do Chile, a capital, porque o comportamento da doença vaticinava o atual panorama. Só nessa cidade se concentra mais de 80 por cento dos contagiados de todo o país.

Diante da situação atual, o multimilionário presidente Piñera foi obrigado a admitir que os hospitais públicos e privados tinham colapsado e nos próximos dias teriam de trabalhar como pudessem porque o Chile vai entrar na fase de aumento de contagiados e falecidos.

No principal cemitério de Santiago de Chile estão cavando às pressas duas mil novas sepulturas, cientes de que o pior ainda não aconteceu. As autoridades sanitárias estimam que a doença chegue ao auge no final de maio ou começo de junho.

Em discurso pronunciado para a nação, Piñera reconheceu que o Chile não estava preparado para enfrentar a pandemia. O país, embora o presidente não o mencione, exibe grandes desigualdades sociais que fazem com que muitos chilenos sejam mais vulneráveis.

A riqueza do Chile está muito mal distribuída e altamente concentrada. Um por cento da população acumula quase 27 por cento da riqueza gerada em todo o território, enquanto que 50 por cento dos lares de menores rendas concentram apenas 2,1 por cento.

A situação explodiu em outubro do ano passado conduzindo a multitudinários protestos que foram interrompidos pela chegada da Covid-19. Não se espera que melhorem as condições, porque o governo de Piñera já solicitou ao Fundo Monetário Internacional um crédito milionário para os próximos dois anos para enfrentar uma dura crise econômica agravada pela pandemia.



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