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O arquipélago das Ilhas Malvinas fica no Atlântico Sul, no mar argentino, a 600 quilômetros de distância das costas da Patagônia. A Argentina reclama incessantemente a soberania sobre essas ilhas ocupadas ilegalmente pelo Reino Unido desde 1833.
Essa será uma das frentes de batalha da política exterior de Buenos Aires em 2022, quando completa 40 anos o conflito armado entre as duas nações que decorreu de abril a junho de 1982 causando a morte de 650 soldados argentinos e 255 britânicos.
O governo do presidente Alberto Fernández afirmou que intensificará a ofensiva diplomática sobre a histórica reclamação para abrir uma negociação com o Reino Unido. Vale recordar que Fernández manteve o assunto vivo desde que assumiu a presidência, em dezembro de 2019. Seu antecessor Mauricio Macri interrompera as conversações.
Ao longo dos anos, Argentina contou com o apoio de organismos internacionais e regionais. Em dezembro de 1965, a Assembleia Geral da ONU adotou a resolução 2065 que exorta os dois países a travarem negociações em busca de uma solução pacífica e definitiva ao litígio.
Desde então, mais de 40 resoluções desse organismo mundial e do Comitê Especial da ONU para a Descolonização renovaram a chamada.
Todavia, os contatos estabelecidos no início não prosperaram. As autoridades britânicas colocaram um número sem fim de obstáculos, um deles era ligar as negociações ao desejo dos habitantes das ilhas, cuja composição é resultado da colonização. Buenos Aires denunciou que esse argumento não tinha validade na lei internacional e seu objetivo era preservar a presença colonial no Atlântico Sul.
Argentina sempre quis negociar, como demanda regularmente o Comitê de Descolonização, porém Londres se recusa faz mais de quarenta anos.
Em junho passado, o então chanceler argentino Felipe Solá pediu ao secretário geral da ONU, António Guterres, que intercedesse ante o governo britânico para que fossem retomadas as negociações sobre a soberania do arquipélago.
A Argentina também denunciou que a permanência de uma base militar nas Malvinas é uma ameaça para a estabilidade na região. De fato, viola a resolução 31/49 da ONU que proíbe as ações unilaterais na área em disputa.
Igualmente, ignora a Declaração da América Latina e o Caribe como Zona de Paz, realizada em 2014, em Havana, na 2ª Reunião de Cúpula da CELAC – Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos-.
O exercício pleno da soberania do arquipélago é uma reclamação permanente do povo da Argentina, de acordo com os princípios do direito internacional e o respeito ao modo de vida dos habitantes das Malvinas.