Novo governo hondurenho terá de enfrentar a violência

Edited by Irene Fait
2022-01-11 16:26:02

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A violência será um desafio para Xiomara Castro, quando assumir a presidência de Honduras em 27 de janeiro. Esse país, com cerca de dez milhões de habitantes, é considerado o mais violento na América Central.

De janeiro a setembro do ano passado, o número de homicídios aumentou 6,5% comparado com o mesmo período do ano 2020. Nesses nove meses o número de mortes violentas foi de 2.720.

Dados oficiais desvendam que a média diária de assassinatos no período anteriormente mencionado foi de quase 10 para 100.000 habitantes. Tais fatos são atribuídos em boa parte ao crime organizado e aos bandos de malfeitores, conhecidos como “maras”, que disputam territórios e extorquem os moradores de comunidades e bairros.

A chegada da Covid-19 não conteve as ações ligadas ao tráfico de drogas, nem as ameaças nas colônias que esses criminosos controlam.

A impunidade contribui para manter as coisas como estão. Organismos de direitos humanos revelam que 90% dos homicídios permanecem impunes.

A questão é que diversos bandos de malfeitores atuam muitas vezes em combinação com políticos, funcionários do governo e o sistema judiciário.

Quanto ao mais, as medidas de segurança adotadas conduziram à transgressão dos direitos humanos. As forças policiais se excederam no uso da força nas diferentes operações, para além do contubérnio com os bandidos.

A verdade é que, ao longo dos anos, foram esquecidas as políticas sociais que melhorem as condições de vida dos hondurenhos, que são obrigados muitas vezes a entrar nas gangues, ou recorrem às mesmas para conseguir dinheiro.

A pobreza em Honduras subiu a 70% em 2020, e perto de 40% da população vivem em situação de pobreza extrema. Na área rural esse índice é de 73,5%.

A taxa de desemprego foi perto de 11% em 2020, e de 2018 ao ano passado, despencou em 17% o número de estudantes matriculados no sistema educativo público.

Os hondurenhos buscam a saída na emigração. Em 2019, cerca de 300.000 hondurenhos emigraram aos Estados Unidos. Em virtude disso, o novo governo que assumirá em 27 de janeiro manifestou seu compromisso com a juventude e prometeu atender às principais necessidades do povo hondurenho. Seu objetivo é criar novas oportunidades de emprego, atender à educação e a outras áreas, cuja precariedade atenta contra a qualidade de vida dos cidadãos e conduz ao aumento da violência.



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