Imagen / Ajuda em ação
Ao longo da campanha eleitoral e em seu discurso de posse como presidente de Honduras, Xiomara Castro realçou a pobreza em seu país, um flagelo que atinge 71% dos quase 10 milhões de habitantes.
A necessidade de ajudar os hondurenhos pobres a terem acesso grátis à energia foi um assunto que a presidente focalizou várias vezes.
Nessa direção, poucos dias antes de assumir o cargo, Xiomara Castro enviou ao Congresso uma proposta para que mais de um milhão 300 mil cidadãos pobres pudessem contar com esse serviço de maneira gratuita.
Para que isso aconteça, será preciso transformar a Lei Geral da Indústria Elétrica, que não permite subsidiar os pobres.
Sem dúvida, o caminho não será fácil num Congresso dividido onde reinam os desacordos políticos. Tal situação poderia conter as ações do novo governo para resolver os graves problemas existentes, que se acumularam ao longo de 12 anos de um modelo neoliberal.
A agenda de Castro, que assumiu a presidência em 27 de janeiro passado, vai enfrentar a resistência dos poderes privados que não têm o menor interesse em melhorar as condições de vida dos hondurenhos, nem combater à corrupção e à impunidade que beneficia muitos políticos.
A situação que Xiomara herda do governo de Juan Orlando Hernández é bem complicada em diferentes aspectos. Um deles é a volumosa dívida de 80 bilhões de lempiras (mais de três bilhões de dólares) da estatal Empresa Nacional de Energia Elétrica.
Um grave problema que ameaça as finanças públicas e se traduz em faturas elétricas mais elevadas para o povo, novos impostos e a limitação para dedicar fundos a outras áreas importantes para o bem-estar dos cidadãos, como a saúde e a educação.
Esta situação também freia o investimento nacional e estrangeiro, porque não existe um sistema elétrico forte.
As novas autoridades denunciaram contratos supervalorizados e fraudulentos para favorecer interesses privados, que sugaram a empresa estatal.
Ao longo destes anos, detalharam, foram concedidos dezenas de contratos de geração de energia solar, térmica, hidrelétrica por preços onerosos e lesivos ao interesse nacional.
Embora o governo esteja desenvolvendo um plano para diminuir os prejuízos da empresa, o problema não se resolve facilmente, porque foi inchando ao longo de 12 anos.
Xiomara Castro, que goza de elevada aprovação popular, se enfrenta a um cenário difícil. A pobreza, a insegurança e a corrupção em Honduras são muito grandes. Além disso, as instituições são fracas e serão hostis os que não querem que seus interesses particulares sejam prejudicados.