Photo:El Comercio Perú
Após as recentes eleições regionais na comunidade de Castela e Leão, a mais extensa e a mais despovoada na Espanha, o partido de extrema direita VOX poderia, pela primeira vez em sua história, fazer parte de um governo no país europeu.
Até agora, a organização de tendência neofascista tinha utilizado seus bons resultados para apoiar grupos afins no Congresso, especialmente o Partido Popular (PP), porém nunca tiveram a oportunidade de fazer parte de um executivo local.
Desta feita, contudo, pulou de um a 13 deputados e se transformou na bisagra para que o conservador Alfonso Fernández Mañueco conseguisse ficar como presidente regional ao obter 31 cadeiras, das 41 que concedem maioria absoluta no Parlamento de Castela e Leão.
As eleições naquela comunidade foram desastrosas para o Partido Socialista Operário Espanhol (PSOE), que perdeu cinco pontos e ficou praticamente sem aliados, pois Unidas Podemos mal conseguiu eleger um deputado.
O partido Ciudadanos continuou seu caminho rumo à extinção ao baixar de 12 cadeiras a uma só.
O curioso neste fato é que os votos que perdeu não beneficiaram seu equivalente de direita PP, ficaram com VOX.
O extremista Santiago Abascal disse que apoiaria Fernández Mañueco em troca da vice-presidência regional, pois desde essa posição poderia começar a pôr em prática suas ideias.
A ideologia de VOX compreende eliminar o direito de aborto, criminalizar os migrantes e desmanchar o projeto Memória Histórica, que compila os crimes cometidos durante a ditadura de Francisco Franco.
Igualmente nega os efeitos da mudança climática, nega-se a castigar a violência machista, busca dissolver a União Europeia e rejeita categoricamente o casamento igualitário.
A extrema direita espanhola também tenciona formar uma frente neofascista na América Latina e o Caribe, onde busca recolonizar sob o amparo do absurdo projeto de uma suposta “iberoesfera”.
Os resultados que obteve esse partido político em Castela e Leão se somam aos de Andaluzia em 2018, quando ganhou 12 das 105 cadeiras do Parlamento regional, graças as quais o PP despojou o PSOE do poder.
Agora, Abascal, o líder de VOX, se prepara para dar um grande salto nas eleições gerais do ano que vem. Uma vitória representaria uma ameaça não só para a Espanha, mas também para a União Europeia toda. As pessoas de bom senso no país ibérico não podem perder de vista essa situação.
