O MERCOSUL, Mercado Comum do Sul, se insere nos esforços feitos para alcançar a integração genuína da América Latina e o Caribe. O bloco representa 70% da população sul-americana, 80% do Produto Interno Bruto regional e 58% do investimento estrangeiro, e pode contribuir muito ao desenvolvimento econômico e social do continente.
Em sua 46ª Cúpula, realizada em Caracas, capital da Venezuela, o mecanismo promoveu a criação de uma grande zona econômica de desenvolvimento compartilhada pelo MERCOSUL, a ALBA – Aliança Bolivariana para os Povos da Nossa América, e a PETROCARIBE. As duas últimas são iniciativas criadas pelo falecido presidente venezuelano Hugo Chávez e buscam reduzir a assimetria entre as nações desta área e impulsionar uma colaboração solidária e humanista.
Para isso, a ALBA e a PETROCARIBE levam adiante numerosos projetos, com benefícios notáveis em matéria de saúde pública, educação, independência energética e segurança alimentar dos povos.
Sob a presidência pro tempore da Venezuela, nos últimos 12 meses o MERCOSUL avançou na criação de uma grande zona econômica em prol do desenvolvimento das nações da região. O acordo foi precedido por uma reunião de mais de 250 empresários da América do Sul e o Caribe. Eles colocaram ênfase no trabalho conjunto em favor da estabilidade de emprego, trabalho digno, produtos de boa qualidade, preços razoáveis e um papel mais ativo na luta pelo equilíbrio ambiental.
Os homens de negócios defenderam a consolidação de uma nova arquitetura financeira regional através do fortalecimento de instituições como os bancos do Sul, da ALBA e do BRICS, grupo de economias emergentes formado pelo Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul. O propósito é financiar projetos de desenvolvimento produtivo na região, a partir de que os países membros consideram que o MERCOSUL deve ser também um mecanismo para erradicar a pobreza.
Na Cúpula de Caracas, a Venezuela entregou a presidência pro tempore do bloco à Argentina, que recebeu o apoio unânime no conflito financeiro gerado pelos operadores especulativos dos chamados fundos “abutre”. A entidade considera que se deve buscar uma solução que não comprometa o progresso e o bem-estar do povo argentino, condizente com suas políticas de desenvolvimento nacional.
Cabe ressaltar que o MERCOSUL contribui a consolidar a independência econômica e política da região.
(M.J. Arce, 30 de julho)