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Por Maria Josefina Arce
Em meio à desconfiança das instituições eleitorais e judiciais, Guatemala se prepara para as eleições gerais que acontecerão no próximo domingo e nas quais concorrem 22 candidatos presidenciais.
Diferentes irregularidades inquietam a cidadania e foram denunciadas por organizações da sociedade civil, como, por exemplo, os critérios arbitrários para aceitar ou recusar as candidaturas.
É o caso dos candidatos pelo esquerdista Movimento de Libertação dos Povos, a líder indígena Thelma Cabrera e o ex-procurador dos Direitos Humanos Jordán Rodas. Pois bem, o Supremo Tribunal Eleitoral não permitiu que se inscrevessem e a sua decisão foi apoiada pela Corte da Constitucionalidade.
Recordemos que nas eleições gerais de 2019 Cabrera foi a única mulher indígena e camponesa candidata à presidência e, contra todos os prognósticos, ficou em quarto lugar.
Faltando um mês para os pleitos foi suspenso o candidato Carlos Pineda do partido Prosperidade Cidadã que liderava as pesquisas de opinião.
Gerou polêmica, por exemplo, que o Supremo Tribunal Eleitoral tenha admitido a candidatura de Zury Rios, do partido direitista Valor, e filha do ex-ditador Jose Efráin Rios Montt apesar de a Constituição proibir familiares de um chefe golpista se candidatarem.
A Associação para a Justiça e a Reconciliação denunciou que a participação de Ríos como candidata à presidência ofende a consciência, a dignidade e a memória das vítimas e dos que buscam justiça para as chacinas, desaparecimentos forçados, torturas, genocídio e violações sexuais, acontecidas de 1960 a 1996.
Rios Montt, que governou de 1982 a 1983, foi responsável pelo genocídio de quase dois mil indígenas da etnia maia ixil no departamento Quiché em seu primeiro ano de governo, ao qual chegou com um golpe de Estado.
Entre os mais de 20 candidatos, a maioria de tendência direitista, as pesquisas assinalam como os melhores posicionados Edmond Mulet, do Partido Cabal, Zury Rios, e Sandra Torres, do grupo Unidade Nacional de Esperança, que já tinha sido candidata nas eleições de 2015 e 2019.
Praticamente às vésperas das eleições, as pesquisas também revelam que 9,3% dos eleitores estão indecisos e quase 10% disseram que não votarão em nenhum candidato ou deixarão suas cédulas em branco.
Nas urnas do próximo domingo, também serão eleitos vice-presidente, deputados ao Congresso, prefeitos municipais e deputados do Parlamento Centro-Americano. Nove milhões de guatemaltecos estão cadastrados e convocados a votar.
Se nenhum candidato obtiver mais de 50% dos votos, haverá segundo turno em 20 de agosto, uma possibilidade quase certa, segundo os analistas.