Havana, 21 de novembro (RHC).- O diário “Granma”, editado em Havana, advertiu que incentivar a migração dos médicos cubanos no Brasil é o pano de fundo da política do presidente eleito Jair Bolsonaro, que afirmou que oferecerá asilo político aos profissionais que não desejem voltar à nação caribenha.
Matéria publicada nesta quarta-feira denuncia que o que acaba de fazer Bolsonaro é dinamitar o programa “Mais Médicos” e com ele a garantia de acesso a saúde de qualidade de milhões de brasileiros. E lembra outros muitos ataques da direita regional à colaboração cubana no exterior.
Nesse sentido, adverte que essa linha de sabotagem expressa um sinal claro de sintonia com a política exterior norte-americana e a compara com o programa de Parolee para Profissionais Médicos Cubanos concebido pelos EUA e que esteve vigente até o ano passado. O propósito era estimular o pessoal da saúde que colaborava em terceiros países a abandonar suas missões e emigrar a essa nação.
O texto se refere a um trabalho de Ernesto Domínguez, professor do Centro de Estudos Hemisféricos e sobre EUA da Universidade de Havana, que afirma que a intenção das políticas desse tipo é prejudicar a cooperação de Cuba, reduzir a entrada de dinheiro na forma de pagamentos para esses programas e drenar os médicos e profissionais do país.
Domínguez aponta que a fuga de cérebros não pode ser explicada completamente fora de uma análise global que leve em conta as desigualdades estruturais, as redes migratórias, a política mundial, especialmente as assimetrias na distribuição de poder, e inclusive a hegemonia dos meios de comunicação ocidentais.