Cuba acolheu mais de 4,7 milhões de turistas estrangeiros em 2018 batendo recorde de chegadas ao país pela 11ª vez consecutiva em um ano em que a Organização Mundial do Turismo acusou redução de oito por cento em número de visitantes no Caribe.
Nos primeiros três meses de 2018, incluída a temporada alta do turismo, diminuiu a vinda de turistas a Cuba devido aos efeitos negativos do furacão Irma. A Ilha se restabeleceu rapidamente dos estragos feitos pelo evento da natureza nos estabelecimentos atingidos. Porém, a venda de pacotes turísticos não prosperou, porque as pessoas se assustaram com as imagens difundidas mundo afora da devastação provocada pelo furacão tanto em Cuba quanto noutras ilhas do Caribe.
Como se não bastasse o desastre natural, o governo dos EUA endureceu sua política contra Cuba introduzindo novas medidas que proíbem aos norte-americanos que se hospedem em determinados estabelecimentos hoteleiros em Cuba e recebam serviços de certas empresas. Ao mesmo tempo, os norte-americanos continuam sendo proibidos de viajar a Cuba como turistas.
Além disso, continua a delirante campanha dos chamados ataques sônicos – nunca provados - contra os diplomatas norte-americanos em Havana. Isto sim, serviram de pretexto para diminuir o pessoal da embaixada em Havana, o que inviabiliza praticamente os serviços consulares. Tudo isto fez com que diminuísse o número de viajantes dos Estados Unidos para Cuba via aérea.
O Canadá – com mais de um milhão de visitantes – se consolidou como primeiro mercado emissor de turistas a Cuba. Os Estados Unidos tornaram a ocupar o segundo lugar, especialmente graças ao aumento das viagens de cruzeiros que trouxeram a Cuba mais de 800 mil viajantes em 2018. Setenta e três por cento deles fazem excursões, mas dormem no navio que os transporta.
Quanto ao resto dos mercados aparecem, nesta ordem, França, Alemanha, Espanha, Reino Unido e Itália.
Destaque para o aumento do número de turistas provenientes da Rússia, mais de 30 por cento, comparado com 2017. Aumentou, também, o número de turistas mexicanos em 23 por cento, dos brasileiros, 16 por cento, chineses e colombianos 10 por cento. Com relação aos cubanos que vivem no exterior, em 2018 vieram 13 por cento a mais do que em 2017.
É interessante destacar que mais de 40 por cento dos viajantes que desembarcam no país são repetentes encantados com a segurança que pulsam nas ruas, com os padrões da saúde, cultura, as formosas praias, a natureza em geral e a hospitalidade e alegria dos cubanos.
Cuba disponibilizou mais de 70.000 quartos para o turismo em 2018. Paralelamente, conta com uma considerável rede de casas particulares cujos proprietários alugam quartos para turistas e muitos têm contratos com agências de viagens para propiciar serviços.
As duas formas de propriedades se estendem a restaurantes e lanchonetes e se complementam fazendo com que a oferta seja mais variada.
Em 2018, se adicionaram aos serviços 4.000 quartos, entre eles os que oferta em Havana o Iberoestar Grand Packard, um cinco estrelas de luxo que se corresponde com as exigências de um segmento de mercado que Cuba começou a desenvolver. Já em Santiago de Cuba foi inaugurado o hotel Segundo Frente, uma referência para o turismo de natureza numa emblemática região montanhosa.
Há um forte processo de investimentos em andamento que inclui capital próprio, misto e financiamento de entidades estrangeiras que se encarregam do gerenciamento e comercialização de estabelecimentos em Cuba e contribuem para a restauração de hotéis, como o Habana Libre e Riviera em Havana, respectivamente com as redes Meliá e Iberoestar.
Os investimentos, porém, não se concentram em alojamentos, abrangem, também, serviços extra-hoteleiros como parques temáticos, campos de golfe, entre outros que aparecem no portfólio de oportunidades de negócios nos diferentes pontos de Cuba, tanto assim, que, em 2018, foram declarados destinos turísticos as cidades de Sagua la Grande e Matanzas, para propulsar o desenvolvimento desses lugares.
Cuba assume grandes desafios na indústria das viagens. Tenciona alcançar mais de cinco milhões de visitantes, que permitiriam obter pela primeira vez mais de três bilhões de dólares em receitas.
O setor turístico cubano almeja se tornar o verdadeiro carro-chefe da indústria nacional. Atualmente, emprega 108.000 trabalhadores, mas pode continuar oferecendo postos de trabalho, proporcionando receitas e desenvolvimento a outros setores do país.