Havana, 28 de fevereiro (RHC).- O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, afirmou que 92% dos cidadãos rechaçam uma eventual intervenção militar no país promovida pelos EUA.
Maduro referiu-se a pesquisas de opinião sobre o assunto. Disse que 80% rejeita a ingerência da Colômbia nos assuntos internos dessa nação, e 86% acha que os problemas nacionais devem ser resolvidos através do diálogo. O chefe de Estado destacou a luta do povo em defesa da soberania, apesar das ameaças enfrentadas nas últimas semanas.
A Rússia circulou na ONU um projeto de resolução a ser apresentado no Conselho de Segurança para apoiar a soberania venezuelana e promover um diálogo interno. O texto é condizente com a postura do chamado Mecanismo de Montevidéu, que conta com o respaldo de numerosos países da América Latina e Caribe.
Ontem, o embaixador russo, Vasily Nebenzya, denunciou no Conselho que se está tratando de impor uma saída militar na Venezuela, e advertiu que isso ocasionaria graves danos na região e no mundo. Disse que na sessão desse órgão, convocada pelos EUA, deveriam ser analisadas as ameaças em torno da nação sul-americana, e criticou os que reconheceram o golpista e impostor Juan Guaidó como presidente interino, desconsiderando o resultado das eleições de maio passado.
No debate, o chanceler venezuelano, Jorge Arreaza, reiterou a disposição do governo de conversar com a oposição, e apontou que a função do Conselho de Segurança não é fazer a guerra.
Por sua vez, o secretário-geral da CARICOM – Comunidade do Caribe, Irwin LaRocque, disse que a União Europeia não deve interferir com a posição do bloco caribenho favorável a uma solução pacífica sobre a Venezuela, que deveria partir do povo dessa nação. Indicou que é preciso respeitar os princípios aceitos internacionalmente em torno da não ingerência nos assuntos internos dos Estados.