Brasília, 13 janeiro (RHC).- Membros do Ministério Público Federal enviaram ao procurador-geral da República, Augusto Aras, uma representação criminal contra o ex-presidente Jair Bolsonaro por incitação ao crime.
A ofensa é estabelecida quando alguém é encorajado e incentivado publicamente a cometer uma violação.
Assinado por 79 procuradores e procuradores-adjuntos, o documento exige que Bolsonaro seja investigado no campo das investigações de fake news (notícias falsas), atos antidemocráticos e milícias digitais, processos sob tutela do Supremo Tribunal Federal (STF).
Segundo o conteúdo, há uma publicação feita por Bolsonaro na madrugada entre 10 e 11 de janeiro, na qual questiona o resultado das feiras eleitorais de outubro e estaria ligado aos crimes investigados pelo STF.
A divulgação, que contém um vídeo, foi compartilhada pelo ex-capitão do Exército em sua conta na rede social Facebook.
No audiovisual, a contagem dos votos registrados pelas urnas eletrônicas foi questionada e apontada para uma suposta fraude na consulta.
Tal vídeo “traria um trecho de uma entrevista de um procurador do estado de Mato Grosso do Sul, na qual ele defende que a eleição de Luiz Inácio Lula da Silva teria sido fraudulenta e o voto eletrônico não seria confiável”, detalharam os signatários no texto.
O procurador daquela divisão territorial afirmou sem provas que Lula não foi eleito pelo povo, mas pelo STF e pelo Tribunal Superior Eleitoral.
Chamou a atenção o acontecimento poucos dias depois do maior episódio de depredação que Brasília/DF viveu, denunciaram os assinantes, fazendo alusão ao ato antidemocrático de 8 de janeiro que resultou em grave episódio de vandalismo aos prédios dos três poderes.
Nesse dia, apoiadores radicais de Bolsonaro invadiram e saquearam as sedes do Congresso Nacional, do STF e do Palácio do Planalto, sede do Poder Executivo.
Devido a esses atos de vandalismo, o subprocurador-geral do Ministério Público Lucas Rochas pediu ao ministro Bruno Dantas, presidente do Tribunal de Contas da União, o bloqueio do patrimônio do político ultraconservador para ressarcir os danos causados pela seus seguidores.
Rocha também estendeu a demanda ao governador de Brasília suspenso, Ibaneis Rocha, e ao seu ex-secretário de Segurança, Anderson Torres, ambos aliados do ex-militar.
Com o pedido, Rochas quer garantir a reparação pública pelos danos causados pelos terroristas. (Fonte: PL)