Foto tomada de Prensa Latina
Buenos Aires, 4 julho (RHC).- O presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, convocou o Mercado Comum do Sul (Mercosul) a dar uma resposta rápida e contundente às condições da União Europeia (UE) para um acordo comercial.
O instrumento adicional apresentado pela União Europeia em março deste ano é inaceitável. Parceiros estratégicos não negociam com base na desconfiança e na ameaça de sanções”, disse Lula após assumir o comando do bloco na cidade argentina de Puerto Iguazú.
É imperativo que o Mercosul apresente uma resposta rápida e contundente”, acrescentou.
Durante seis meses, o Brasil assume a presidência pro tempore do grupo, que também inclui Argentina, Paraguai e Uruguai.
Em seu discurso, Lula ressaltou que o bloco precisa recuperar seu protagonismo e que a presidência é uma “etapa essencial” para o reencontro do Brasil com a América do Sul.
O documento citado por Lula, com as condições impostas pela UE para a conclusão do compromisso, prevê sanções sobre questões ambientais e é o motivo do impasse nas negociações.
Para o presidente brasileiro, o Mercosul não tem interesse “em acordos que nos condenem ao eterno papel de exportadores de matérias-primas, minérios e petróleo”.
No entanto, disse estar comprometido com a conclusão das negociações com a União Europeia.
Estou empenhado em concluir o acordo com a União Europeia, que deve ser equilibrado e garantir o espaço necessário para a adoção de políticas públicas em favor da integração produtiva e da reindustrialização”, disse.
Negociado desde 1999, a parte comercial do pacto foi finalizada em 2019 e atualmente está sendo revisada pelos países dos dois blocos.
Em seu discurso, Lula também afirmou que há outras discussões em andamento com países sobre acordos comerciais, além de novas frentes de negociação.
Com base nessas premissas, vamos rever e avançar nos acordos em negociação com Canadá, Coreia do Sul e Cingapura. Vamos explorar novas frentes de negociação com parceiros como China, Indonésia, Vietnã e com países da América Central e do Caribe”, disse.
Ele voltou a defender a adoção de uma moeda comum, que não seja o dólar, para as transações comerciais entre as nações do Mercosul.
De acordo com o presidente, a razão para isso é reduzir o impacto das flutuações da moeda note-americana na América do Sul.
A adoção de uma moeda comum para as operações de compensação entre nossos países ajudará a reduzir os custos e facilitará ainda mais a convergência”, disse. (Fonte: PL)