Nações Unidas, 15 de junho (RHC) A recente aprovação de uma resolução para exigir um cessar-fogo em Gaza retomou os esforços e as negociações nas Nações Unidas para acabar com o conflito sangrento que vem ocorrendo há mais de oito meses.
Nesta semana, o Conselho de Segurança da ONU deu sinal verde a uma proposta apresentada pelos Estados Unidos que busca o fim total da guerra em três fases.
A resolução, aprovada com 14 votos a favor e a abstenção da Rússia, espera estabelecer negociações de acordo com o plano anunciado pelo presidente dos EUA, Joe Biden.
O texto pede que as partes aceitem "sem demora e sem condições" com uma trégua inicial de seis semanas, mas, como em ocasiões anteriores, não há nenhuma condenação a Israel, apesar do fato de que sua ofensiva em Gaza tenha custado a vida de mais de 37.000 palestinos.
Reconhece a importância dos esforços diplomáticos em andamento do Egito, do Catar e dos EUA para chegar a um acordo abrangente de cessar-fogo.
Até o momento, no entanto, as negociações não conseguiram cumprir os termos anunciados e Israel insiste na libertação dos reféns e na destruição do Hamas como seus objetivos para interromper as hostilidades.
Enquanto isso, as agências humanitárias in loco confirmam as péssimas condições dos deslocados no enclave em termos de acesso a serviços básicos, como água, alimentos e assistência médica.
Várias famílias consultadas pelo Escritório de Coordenação de Assuntos Humanitários nas últimas semanas disseram que os abrigos na área de Deir al-Balah estão superlotados e carecem de infraestrutura sanitária.
A distribuição de alimentos é irregular e os riscos de uma série de problemas de saúde, incluindo hepatite A, doenças de pele e doenças respiratórias, estão aumentando, alertou OCHA na sexta-feira.
De acordo com a agência, a recente intensificação das operações militares está resultando em perdas adicionais de recursos essenciais de água e saneamento, incluindo cinco poços de produção de água em Jabalya, no norte, bem como dois poços e duas usinas de dessalinização em Rafah, no sul.
Nos últimos oito meses, mais de dois terços das instalações e da infraestrutura de água e saneamento de Gaza foram destruídos ou danificados pelo exército israelense, de acordo com agentes humanitários.
O secretário-geral da ONU, António Guterres, defendeu uma solução política para o conflito em Gaza como a única maneira de avançar rumo a uma paz sustentável.
Ele reforçou seu pedido de diálogo entre Israel e o Hamas em uma cúpula na Jordânia, poucas horas depois que o Conselho de Segurança aprovou a resolução.
Guterres saudou o projeto anunciado anteriormente por Joe Biden e pediu que se aproveitasse essa oportunidade para chegar a um acordo e respeitar o direito humanitário internacional.
A velocidade e a escala da carnificina e dos assassinatos em Gaza, disse, superaram qualquer outro evento durante seus anos no comando da ONU.
"Apesar do oceano de necessidades, pelo menos a metade de todas as missões de ajuda humanitária não têm acesso, são impedidas ou canceladas por motivos operacionais ou de segurança", ressaltou. (Fonte:PL)