Havana, 17 de junho (RHC).- O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, rejeitou as colocações do chefe de Estado norte-americano, Donald Trump, contra seu país, Cuba e América Latina.
Em discurso no Palácio de Miraflores, em Caracas, Maduro disse que Trump mostrou desprezo à história dos povos, ao arvorar uma mensagem cheia de ameaças. Rejeitou a intenção do ocupante da Casa Branca de endurecer o bloqueio econômico, comercial e financeiro a Cuba e chamou os povos latino-americanos e caribenhos a manterem a unidade e solidariedade diante das declarações agressivas de Trump.
Por sua vez, o presidente da Bolívia, Evo Morales, reiterou seu apoio a Cuba. Em termos semelhantes se pronunciou a chancelaria da Rússia, que condenou a ingerência nos assuntos internos de nações soberanas, característica da política exterior dos EUA.
O Partido da Esquerda Europeia criticou a postura do presidente norte-americano, e sublinhou que Cuba não representa uma ameaça à segurança nacional do seu vizinho do Norte.
Nos EUA, senadores republicanos e democratas lamentaram o recuo que significa a nova política do governo com Cuba, anunciada ontem por Trump em Miami. O legislador por Arkansas, John Bozman, disse que o chefe de Estado não levou em conta os interesses dos dois povos e países.
Mark Warner, vice-presidente do Comitê de Inteligência da Câmara Alta, afirmou que ao reverter os avanços nas relações entre os EUA e Cuba, a Casa Branca envia uma mensagem equivocada ao mundo em torno da liderança norte-americana. Outro senador, John Flake, disse que a mudança de política não é o melhor caminho para os norte-americanos, porque faz crescer o isolamento de Washington.
Em Havana, capital de Cuba, a reitora do Instituto Superior de Relações Internacionais, Isabel Allende, afirmou que as palavras de Trump significaram um retorno à época das cavernas.
“Acredito que o presidente dos EUA fez o ridículo”, apontou Allende. Destacou que ele conta com o poder do império para sancionar Cuba e endurecer o bloqueio, porém, mostrou um grande desconhecimento do mundo atual, da América Latina e do que ocorre neste país. “Trump não sabe do que está falando, está muito mal assessorado, e deixou-se levar para ficar de bem com a máfia de Miami”, assinalou a reitora do ISRI.
“Diria a Trump que está errado, e que por esse caminho não chegará a nada. Diria a Trump que o povo cubano continuará resistindo”, afirmou Isabel Allende. E reiterou que o destino dos cubanos só pode estar em mãos dos cubanos, que levam mais de 50 anos lutando, construindo uma sociedade melhor, e resistindo diante das ambições do império, afirmou.