Havana, 14 de novembro (RHC).- O ministério cubano de Saúde Pública anunciou que vai retirar sua participação no programa “Mais Médicos” no Brasil ante os condicionamentos colocados pelo presidente eleito Jair Bolsonaro, que questionam a preparação dos especialistas.
A nota oficial explica que Bolsonaro tem reiterado que modificará os termos e condições do projeto, desrespeitando a OPS – Organização Pan-americana da Saúde e o que foi conveniado por essa entidade com Cuba, ao condicionar a permanência dos médicos cubanos no país à revalidação do diploma e à contratação individual como única via.
O ministério da Saúde considera inaceitável questionar a dignidade, profissionalismo e altruísmo dos colaboradores cubanos que prestam hoje serviço em 67 países, e que nos últimos 55 anos têm cumprido 600 mil missões internacionalistas em mais de 160 nações.
A declaração oficial reitera o compromisso de Cuba com os princípios solidários e humanistas que ao longo de décadas têm guiado a colaboração médica, e ressalta que os povos da Nossa América e do resto do mundo sabem que sempre poderão contar com a vocação humanista e solidária dos profissionais desta nação.
O ministério da Saúde destaca que o povo brasileiro, que fez do programa “Mais Médicos” uma conquista social e confiou desde o primeiro instante nos médicos cubanos, a quem respeita e agradece, poderá compreender de quem é a responsabilidade de que os especialistas de Cuba não possam continuar prestando sua contribuição solidária a esse país.