Havana, 22 de outubro (RHC).- O ministro cubano das Relações Exteriores, Bruno Rodríguez, apresentou em Havana o relatório anual sobre os efeitos do bloqueio econômico, comercial e financeiro imposto pelos EUA, vigente há quase 60 anos e endurecido durante o mandato do presidente Donald Trump.
O documento constitui a base do projeto de resolução a ser examinado pela Assembleia Geral da ONU no ano que vem.
O debate foi adiado em consequência da pandemia. Em 28 ocasiões anteriores, esse órgão das Nações Unidas tem aprovado por esmagadora maioria textos semelhantes, que pedem a Washington pôr fim a essa política hostil. Contudo, os sucessivos governos norte-americanos têm feito ouvidos moucos ao clamor da comunidade internacional.
Este ano, por exemplo, em meio à crise sanitária global, o bloqueio fez que Cuba perdesse um de seus fornecedores de ventiladores pulmonares, necessários para tratar casos agravados da Covid-19.
Na coletiva de imprensa, denunciou que os EUA intensificaram o cerco, inclusive durante a pandemia, e se referiu às medidas para impedir a chegada de combustível ao país e às crescentes campanhas de mentiras e calúnias.
“Ganhe quem ganhar as eleições nos EUA, terá de enfrentar que o bloqueio prejudica os cubanos, as famílias, viola os direitos humanos e dificulta as viagens, os vistos e a reunificação familiar”, indicou.
O chanceler cubano sublinhou que Washington “sofre profundo isolamento e descrédito” ao aplicar essa política de caráter extraterritorial, que atenta contra a soberania e os interesses de todos os países.
De abril de 2019 a março deste ano, o cerco ocasionou danos econômicos a Cuba da ordem dos 5,6 bilhões de dólares. O acumulado ao longo das quase seis décadas é de mais 144 bilhões, frisou o Chanceler.
“É cínico dizer agora a Cuba e aos cubanos que o bloqueio não tem impacto real, dizer às famílias cubanas que o sofrem a cada dia e a cada hora”, apontou Bruno Rodríguez.