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O registro meio ambiental de 2021 mostra discretos avanços em alguns componentes, segundo a 26ª Conferência da Convenção Marco das Nações Unidas sobre Mudança Climática: COP26.
O encontro reuniu personalidades de quase 200 países mais a União Europeia e membros do Painel Inter-Governamental sobre Mudança Climática (CC). Aconteceu de 31 de outubro a 13 de novembro, na cidade escocesa de Glasgow.
Houve um acordo climático, certo compromisso, mas insuficiente, disse Antonio Guterres, secretário-geral da ONU. É um passo importante, mas não é suficiente. “Devemos acelerar a ação climática para manter vivo o objetivo de limitar a subida da temperatura global em 1,5 graus até 2050”, disse.
As análises sobre a mudança climática criaram novas ferramentas de pesquisa e modelos de análises, e as fontes de energia alternativas são cada vez mais acessíveis.
O acordo assinado na Reunião COP26, em Glasgow, recomenda reduzir a dependência mundial do carvão e promete destinar mais dinheiro para ajudar os países pobres a lidarem com os impactos de um planeta mais quente. O documento final pede a 197 países que informem de seus avanços rumo a uma maior ambição climática em 2022, na COP27, que acontecerá no Egito.
O documento se refere a uma “redução progressiva” do uso do carvão. O acordo também pede prazos mais estritos para que os governos atualizem seus planos de diminuição de emissões.
Quanto à ajuda aos países em desenvolvimento, um assunto espinhoso, o texto sublinha a necessidade de mobilizar o financiamento climático “de todas as fontes para atingir os objetivos do Acordo de Paris, inclusive o aumento significativo do apoio aos países em desenvolvimento, para lá dos 100 bilhões de dólares ao ano”.
Durante a conferência houve anúncios alentadores. Por exemplo, os líderes de mais de 120 países, onde se acham perto de 90 por cento das florestas do mundo, se comprometeram a parar e inverter o desmatamento até 2030.
Estados Unidos e China, os países que causam a maior poluição no planeta, se comprometeram a impulsionar a cooperação climática nos próximos dez anos.
Quanto ao transporte ecológico, mais de 100 governos nacionais, cidades, estados e grandes empresas assinaram a Declaração de Glasgow sobre automóveis e caminhonetes para acabar com a venda de motores de combustão interna até 2035 nos principais mercados do mundo. Ao menos 13 países se comprometeram, igualmente, a pôr fim à venda de veículos pesados que utilizem combustíveis fósseis.
Em Cuba, o Plano do Estado para o Enfrentamento à Mudança Climática, conhecido como Tarefa Vida, se consolidou em 2021. Vale recordar que Tarefa Vida foi aprovada em 25 de abril de 2017.
O programa tem por objetivo neutralizar os efeitos da mudança climática nas regiões vulneráveis do país, a maioria assentada na costa, mediante medidas de adaptação e mitigação de curto (2020), médio (2030), longo (2050) e muito longo prazo (2100).
A doutora Odalys Goicochea Cardoso, diretora de Meio Ambiente do ministério de Ciência, Tecnologia e Meio Ambiente (CITMA) explicou que Tarefa Vida, nos primeiros quatro anos de existência, tem sido uma ferramenta determinante para o planejamento em nível nacional e territorial das medidas de adaptação, redução de vulnerabilidades e mitigação dos efeitos da mudança climática.
A proteção e a conservação de ecossistemas marinhos e terrestres e como potenciar o uso sustentável e a conservação da biodiversidade, mereceram especial atenção.
Estamos falando concretamente de ações executadas para a conservação e reabilitação de praias e obras de proteção costeira.
A restauração de mangues em mais de 40.000 hectares degradados e o reflorestamento de perto de 50.000 hectares em bacias hidrográficas constituíram outras contribuições de Tarefa Vida.
O enfrentamento à mudança climática é determinante para alcançar a sustentabilidade, e demanda ações que beneficiem ao mesmo tempo a saúde, o aquecimento econômico, e a adaptação e a mitigação diante dos efeitos do maior desafio ambiental a ser encarado pela humanidade no século 21.