Presidente de Timor del Este habla del apoyo de Cuba en materia de salud. Imagen: Youtube

Luanda, 08 de julho (RHC) O presidente do Timor Leste, José Ramos Horta, reconheceu perante a Assembleia Nacional de Angola o apoio de Cuba ao seu país na área de saúde e na formação de profissionais para esse setor.

Na sessão solene dedicada à sua visita, o presidente disse que o país caribenho tem sido seu principal aliado nessa área e destacou que dos 1.300 médicos timorenses, 1.100 foram formados por professores cubanos.

Em 2002, na época da independência, o país tinha apenas 18 ou 19 médicos nacionais, disse Ramos Horta, e destacou o apoio de Cuba e o fato de que agora há um profissional de saúde em cada vilarejo do Timor Leste, além de duas enfermeiras ou parteiras.

Em suas palavras, o presidente também agradeceu a Angola e aos países de língua portuguesa por sua solidariedade durante os 24 anos de luta de sua nação para alcançar a independência verdadeira e definitiva.

E reconheceu o papel de figuras como António Agostinho Neto e também destacou o processo de paz e reconciliação vivido pela nação africana, para o qual é preciso ter muita coragem, ressaltou.

Detalhou outras conquistas do seu país nos 22 anos de independência, como ter estendido a eletrificação a quase 98 por cento do território nacional, quando em 2002 só havia serviço na capital e de forma intermitente.

Da mesma forma, se referiu ao aumento da expectativa de vida, que passou de menos de 60 anos para mais de 70 anos.

No entanto, considerou inaceitável que a pobreza, a mortalidade e a desnutrição infantil continuem a ser indicadores elevados, razão pela qual são objetivos do governo timorense, da mesma forma que alcançar a soberania alimentar.

Explicou que com os recursos petrolíferos do país foram financiadas a construção de infraestruturas rodoviárias e elétricas, bem como o treinamento de profissionais em diferentes universidades do mundo.

Temos um fundo soberano bem administrado e com ele pretendemos promover a produção nacional a fim de buscar a autossuficiência nos itens alimentares básicos da população, comentou.

Durante a sessão solene, a presidente da Assembleia Nacional de Angola, Carolina Cerqueira, destacou que esta é a primeira vez que que recebem na Casa das Leis um ganhador do Prêmio Nobel da Paz (1996).

Sua visita representa uma demonstração de amizade entre nossos países, disse Cerqueira, que lembrou o apoio de Angola à independência de Timor Leste, primeiro pelo presidente António Agostinho Neto, que foi seguido no cargo por José Eduardo dos Santos, que também se pronunciou a favor desse processo.

A presidente de Assembleia Nacional de Angola manifestou o desejo de reforçar a cooperação parlamentar, através de grupos de amizade, bem como identificar mais áreas para expandir o trabalho conjunto. (Fonte: PL)