Trump, a palestra do Estado da Desunião e outros delírios (1ra parte)

Eldonita de María Candela
2025-03-09 11:10:03

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Foto: El Confidencial

Autor: José R. Cabañas Rodríguez

A denominada Palestra da União é atualmente uma apresentação verbal do Presidente dos Estados Unidos perante uma sessão conjunta do Congresso (Câmara e Senado) numa sala plenária do Capitólio, na qual também marcam presenca os  membros do Supremo Tribunal, altos funcionários do governo, corpo diplomático credenciado e uma seleta lista de convidados.

A tradição foi iniciada pelo primeiro presidente da União, George Washington, embora só no início do século XX (1913) é que Woodrow Wilson a retomou.

A partir dessa  altura, os executivos senhores alternaram apresentações ao vivo com relatórios escritos.

Em 1934 o evento passou a ser realizado com maior regularidade no início de cada ano.

Em teoria, esta é uma oportunidade em que o presidente americano apresenta o que pode ser considerado o seu plano de governo para os próximos meses e, em particular, aquelas iniciativas orçamentais que precisarão de apoio legislativo e que seriam precedidas de negociações intermináveis.

Na realidade, com o passar do tempo, o aparecimento da televisão e a banalização da política, o acontecimento começou a assumir feições teatrais.

A encenação tornou-se mais sofisticada a ponto de ensaiar as pausas em que o bater palmas  era previamente coordenado, os momentos para destacar a presença de um convidado e, do mesmo jeito as ocasiões em que alguns parlamentares ou senadores vaiavam determinadas frases na palestra.

Parte da cerimónia inclui, uma vez concluída a apresentação do presidente e fora do local, a chamada resposta da suposta oposição, ou partido que não está no governo (apenas dois suplentes) e alguma intervenção de um membro do próprio partido do presidente, para "destacar" os sucessos do primeiro.

A análise das palavras do principal executivo proporciona ao analista um resultado quando são lidas e outro completamente diferente quando vistas no quadro da acção colectiva que as rodeia, dos planos de câmara, da gesticulação colectiva e muito mais.

A isto se acrescenta tudo o que a imprensa e “outras fontes informadas” disseram antes e depois do exercício.



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