Havana, 30 janeiro (RHC) O Ministério das Relações Exteriores de Cuba (MINREX) rejeita a decisão dos Estados Unidos de encarcerar migrantes na Base Naval de Guantánamo, território cubano ilegalmente ocupado.
Em declaração publicada em seu site, o Ministério das Relações Exteriores de Cuba enfatiza que a decisão, anunciada pelo presidente dos EUA, Donald Trump, é uma demonstração da brutalidade com que o governo dos EUA está agindo.
A esse respeito, o chanceler Bruno Rodríguez lembrou em sua conta no X que o governo dos EUA criou centros de tortura e detenção indefinida no enclave de Guantánamo.
E acrescentou que a decisão de aprisionar migrantes nesse lugar demonstra desprezo pela condição humana e pelo direito internacional.
Devido à sua importância, transmitimos na íntegra a Declaração do Ministério das Relações Exteriores:
Cuba rechaça a decisão anunciada pelo Presidente dos Estados Unidos de utilizar a Base Naval de Guantánamo para aprisionar dezenas de milhares de migrantes que decidiu expulsar à força.
Trata-se de uma demonstração da brutalidade com que esse governo está agindo para supostamente corrigir problemas criados pelas condições econômicas e sociais desse país, pela própria gestão do governo e por sua política externa, incluindo a hostilidade contra os países de origem.
Muitas das pessoas que os EUA estão expulsando ou pretendem expulsar são vítimas das políticas de saque do próprio governo dos EUA e preenchem necessidades de mão de obra que historicamente existiram na agricultura, na construção, na indústria, nos serviços e em vários setores da economia dos EUA.
Outros são resultados de facilidades na fronteira para entrar no país, regras seletivas e politicamente motivadas que os acolhem como refugiados e também dos danos socioeconômicos causados por medidas coercitivas unilaterais.
Uma proporção significativa contribui e contribuiu para a economia do país. Eles estão empregados, têm casas, criaram famílias e planejaram suas respectivas vidas nos Estados Unidos.
O território onde se propõe confiná-los não pertence aos Estados Unidos. Trata-se de uma parte do território cubano na província de Guantánamo, que permanece militarmente ocupada de forma ilegal e contra a vontade da nação cubana.
Essa instalação militar é identificada internacionalmente, entre outros motivos, por abrigar um centro de tortura e detenção indefinida, fora da jurisdição dos tribunais norte-americanos, onde foram mantidas por até 20 anos pessoas que nunca foram julgadas ou condenadas por qualquer crime.
Seu uso irresponsável geraria um cenário de risco e insegurança nesse enclave ilegal e em seus arredores; ameaçaria a paz e se prestaria a erros, acidentes e interpretações errôneas que poderiam alterar a estabilidade e provocar sérias consequências. (Fonte: ACN)