Os argentinos rechaçam política econômica de Macri

Editado por Yusvel Ibáñes Salas
2016-07-22 09:11:59

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A subida exagerada dos preços de alguns serviços públicos na Argentina, um programa governamental conhecido como “Tarifaço”, gera descontentamento em vastos segmentos da sociedade, inclusive dentro de executivo do próprio presidente Mauricio Macri há gente que adverte sobre as conseqüências negativas do aumento desmedido do custo de vida.

Até agora, as autoridades trataram de não falar muito nos protestos ocorridos nas principais cidades do país, e a imprensa afim ao governo mal toca no assunto.

Nesses meios, não mereceu destaque a brutal repressão ocorrida na quinta-feira da semana passada contra os trabalhadores do engenho açucareiro Ledezma, no departamento de Jujuy, onde o pessoal tinha deflagrado greve por tempo indeterminado.

Apesar dos 80 feridos pela polícia e dezenas de presos, o protesto continuou e vários trechos de rodovias continuam fechados nos arredores da localidade de Libertador San Martin.

Os primeiros oito meses de gestão de Macri representaram um duro golpe para os segmentos populacionais mais vulneráveis da sociedade argentina, que perderam mais de 200 mil empregos, centenas de empresas de pequeno e médio porte foram obrigadas a fechar, o consumo nacional despencou 20 por cento e a inflação está por volta de limites históricos, enquanto isso a pobreza cresce a passos céleres.

Paralelamente ao mal-estar social, vão aparecendo detalhes de como o tarifaço e outros planos econômicos do governo favorecem grandes empresários, que embolsam lucros cada vez mais polpudos.

Estamos falando concretamente do magnata Nicolás Caputo, amigo íntimo do presidente e dono de 23 por cento do capital da Sociedade Argentina de Energia SADESA segunda geradora do país e cujas receitas se multiplicarão por quatro após a subida das tarifas.

Contrário ao pretexto de Macri, de que esse ramo industrial estava numa situação crítica, o último balanço de SADESA revela que em 2015 seus benefícios tinham crescido 219 por cento com relação ao ano anterior.

Do tarifaço também se beneficia, e muito, Marcelo Mindlin, que acompanhou o chefe de Estado ao Fórum de Davos, na Suíça, em janeiro passado e, quando ambos voltaram, o homem de negócios conseguiu comprar a filial argentina de Petrobras, o que o deixa numa posição invejável no negócio do gás.

Mindlin preside na Argentina uma empresa controlada pelo milionário britânico John Lewis, que obteve uma licitação do governo de Rio Negro para construir uma represa no Rio Escondido e fornecerá eletricidade em condições de monopólio nessa região.

São meros exemplos de quem ganha com a volta do neoliberalismo à Argentina, enquanto que a maioria da população, os pobres e a classe média, perdem aquilo que tinham conquistado nos últimos anos.



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