Colômbia se prepara para a era pós-conflito

Editado por Judith Dumas Herrera
2016-09-27 14:44:25

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O governo do presidente Juan Manuel Santos e as Farc – Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia – assinaram os acordos de paz que puseram ponto final a um conflito de mais de meio século de duração, tendo como garantes 15 presidentes, chanceleres e altos funcionários de um grande número de países, bem como representantes de organismos internacionais que compareceram à cerimônia.

Quatro anos de negociações em Havana, não isentas de tensões, propulsadas por todas as facilidades e bons ofícios de Cuba, país sede das reuniões, e a Noruega, o outro garante do processo, desembocaram no anúncio, em 24 de agosto, de que um pacto definitivo tinha sido alcançado para silenciar as armas.

A assinatura da paz entre as duas partes aconteceu na cidade colombiana de Cartagena das Índias, situada à margem do mar Caribe.

Se bem que falta declarar definitivamente a vitória da paz na Colômbia, porquanto ainda é preciso negociar com a outra organização guerrilheira, pôr fim ao paramilitarismo e aos bandos de traficantes de drogas, e fechar as bases militares norte-americanas estabelecidas nesse território, o fim do conflito entre o Estado e as Farc proporciona alegria a todos nós, que julgamos que um mundo melhor é possível, um mundo onde reinem a concórdia e o entendimento.

Muitos dos que compareceram à cerimônia são signatários da Declaração da América Latina e o Caribe como zona de paz, livre de armas nucleares e onde as desavenças se devem resolver por meio do diálogo político.

Assinado o acordo, é preciso esperar o plebiscito do próximo domingo, quando a população manifestará seu apoio, ou não, à paz entre o executivo e a organização rebelde.

Se o SIM for vitorioso, como se espera, se abrirá o caminho às transformações necessárias no país: uma reforma rural integral, a participação dos ex-guerrilheiros da vida política, o combate ao cultivo, produção e tráfico ilícito de drogas e a compensação às vítimas, o que engloba a criação de um sistema de justiça transicional para julgar os crimes graves que teriam sido cometidos ao longo do enfrentamento.

Um novo capítulo começa entre os colombianos, cuja prova de fogo será garantir a segurança e a integridade física dos que depuseram as armas para buscar, por outros caminhos, o objetivo de construir um país melhor, onde todos os cidadãos desfrutem de seus direitos fundamentais.

É um dia de festa e uma jornada para meditar no legado dos pais fundadores de nossa identidade latino-americana e caribenha: José Marti, Simón Bolívar, Augusto César Sandino, Farabundo Marti, Ernesto Che Guevara e tantos outros que abriram o caminho da liberdade e a democracia, as verdadeiras, não as que nos vendem desde o norte, cada vez mais revolto e brutal.



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