Costa Rica: 2º turno nas eleições presidenciais

Editado por Juan Leandro
2014-02-04 12:43:01

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Dois países da América Central – Costa Rica e El Salvador – foram palco de eleições presidenciais no domingo passado, e em ambos haverá segundo turno.

Em meio ao descontentamento do povo costarriquenho com a gestão do Partido Liberação Nacional, no governo, seu candidato Johnny Araya foi surpreendido com o resultado obtido pelo representante do Partido Ação Cidadã, que não só passou à fase seguinte, mas também o superou em número de votos.

O mais significativo foi o avanço da Frente Ampla, cujo candidato José Maria Villalta defendeu um projeto definido como alternativa política progressista de esquerda, democrática e socialista. Villalta se beneficiou com uma parte do chamado “voto de protesto” contra o governo. Antes da votação, as pesquisas apontavam para um 30% de indecisos, o que tornou imprevisível o resultado.

O certo é que o Partido Liberação Nacional, de governo, sofre grande desgaste. A população questiona e considera ruim sua gestão. A desigualdade social cresceu nos últimos dez anos mais do que em qualquer outro país da América Latina, a pobreza se mantém em 20% e o desemprego em cerca de 10%. Nos últimos anos, o país mergulhou em escândalos de corrupção e mau manejo da economia, um déficit fiscal de 5,4% e uma dívida pública equivalente à metade do Produto Interno Bruto.

Nas eleições gerais de domingo passado foram eleitos os 57 deputados do Congresso Nacional, com mandato de quatro anos. Nesse ponto, o partido de governo recebeu a mais baixa votação desde sua fundação há 60 anos, e não chegou à maioria parlamentar.

Destaque para o 3º lugar conquistado pela esquerdista Frente Ampla, que será representada por nove legisladores, sendo este o melhor resultado de sua história. Os analistas acreditam que a candidatura de Villalta impulsionou a esquerda costarriquenha e favoreceu seu crescimento no Parlamento.

A realidade é que a ideia de mudanças começa a ganhar espaço no país, apesar da forte propaganda dos partidos tradicionais, empresários e mídia, que contam com o apoio logístico necessário para semear nos eleitores o temor ao câmbio. Meios de imprensa veicularam denúncias feitas nas últimas semanas perante o Supremo tribunal Eleitoral em torno do envolvimento de empresas privadas em campanhas para votar contra o progressista Villalta.

Ainda não está definido quem governará a Costa Rica nos próximos anos, mas o certo é que o novo governo terá de enfrentar um panorama político complexo e as consequências de um Congresso muito fragmentado.

(M.J. Arce, 4 de fevereiro)



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