Vice-Presidente norte-americano focaliza Venezuela em sua recente viagem pela América Latina

Editado por Lorena Viñas Rodríguez
2017-08-23 14:44:31

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Foto:Archivo

Numerosos protestos da sociedade civil acompanharam a recente viagem do vice-presidente norte-americano Michael Pence pela América Latina. O político, ao invés de conversar sobre as relações do novo governo dos EUA com o continente, preferiu focalizar a Venezuela, alvo de uma campanha midiática sem precedentes.

Colômbia, Chile, Argentina e Panamá foram os países visitados por Pence, para cujo governo a Venezuela representa um perigo, portanto, pediu apoio da região para resolver a crise, segundo suas palavras, no país sul-americano.

Em cada nação, reiterou as ameaças contra Caracas do governo de Donald Trump que já tomou medidas e aplicou sanções apoiadas pelas autoridades de nações como Colômbia e Argentina, que dizem estar muito preocupadas com a situação venezuelana, contudo não prestam atenção ao que está se passando em seus países.

O vice-presidente norte-americano afirmou que uma das prioridades é “concentrar esforços” para conseguir o que ele definiu como o “restabelecimento da democracia na Venezuela”, em outras palavras, afastar da presidência Nicolás Maduro, que foi eleito democraticamente pelo povo venezuelano nos pleitos de 2013.

Pence parece desconhecer a história. O único perigo para a região sempre têm sido os sucessivos governos norte-americanos; o próprio governo do ex-presidente Barack Obama, que entrou na Casa Branca pregando novas relações com América Latina acabou seguindo o jogo da extrema direita e declarou a Venezuela como um risco para a segurança nacional.

Pence também ignora o tradicional apoio dos Estados Unidos às ditaduras militares, aos golpes de Estado contra governos eleitos pelo povo, o treinamento na conhecida Escola das Américas de torturadores e violadores dos direitos humanos e sua participação do Plano Condor na América Latina que se aplicou na década de 1970 para exterminar os opositores políticos.

Deixa de lado, também, a política solidária e humanista que, com seus irmãos latino-americanos, pratica a Venezuela desde a vitória da Revolução Bolivariana em 1999, que se converteu em referência no mundo por salvaguardar os direitos humanos elementares de seus cidadãos.

O petróleo venezuelano está no centro do ataque do governo do presidente Donald Trump que não excluiu a opção militar revelando as verdadeiras intenções dos EUA.

Embora algumas nações membros da OEA – Organização de Estados Americanos – tenham atacado o governo constitucional do presidente Nicolás Maduro e manifestado seu apoio às medidas políticas e econômicas contra esse país, não admitem nenhuma intervenção militar em território venezuelano.

Vale recordar que as manobras de condenar a Venezuela e aplicar a chamada Carta Democrática não prosperaram devido ao apoio de nações, especialmente caribenhas, que se negaram categoricamente a participar de uma ação ilegal e de intromissão nos assuntos domésticos do povo venezuelano.

No Panamá, durante a visita de Pence, os manifestantes rechaçaram que o Canal fosse utilizado de plataforma para agredir outros povos.

Para os latino-americanos, a viagem de Pence viola a soberania de toda a região, e deixaram claro: é inadmissível a intromissão nos assuntos internos de outros países, porquanto só aos venezuelanos corresponde resolver seus problemas.


 


 


 



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