Chile: o que restou do dia

Editado por Lorena Viñas Rodríguez
2017-11-20 10:52:27

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Os dois favoritos, Sebastián Piñera e Alejandro Guillier vão disputar o segundo turno das eleições presidenciais no Chile, como estava previsto, porém o panorama político do país é bem diferente do que tinham traçado as pesquisas antes dos pleitos.

Do ex-presidente Piñera, candidato pelo partido Chile Vamos, as pesquisas diziam que receberia até 44 por cento dos votos e houve quem apostou numa vitória definitiva no primeiro turno. Todavia, ficou aquém do esperado, com 36,7 por cento, que o situam em primeiro lugar mas preveem dificuldades na disputa final.

Guillier, definido como candidato independente, indicado pela governista Força da Maioria, obteve mais ou menos o que se pensava: 22,7 por cento das cédulas válidas, mas suas possibilidades aumentaram devido ao fator surpresa ocorrido no evento.

Trata-se do terceiro lugar de Beatriz Sánchez, candidata da Frente Ampla, a quem nenhuma agência de pesquisa viu chegar, mesmo assim se consolidou como terceira figura política do Chile com 1,2 milhão de votos, que representam 20,3 por cento.

Sobre Sánchez se falou que estava fora do páreo e seu partido sumiria do mapa após as eleições, o que deixa muito mal parados analistas e outros profissionais que não souberam pulsar a situação. A verdade é que agora, com seus votos, ela poderia influenciar os resultados do segundo turno, marcado para 17 de dezembro.

É claro que em questões eleitorais as coisas não são aritméticas, e seria ingênuo pensar que todos os que votaram em Sánchez vão apoiar Guillier, mesmo se conseguisse a melhor negociação possível.

Chama a atenção, também, o quarto lugar obtido pela ultra direita chilena, representada por José Antonio Katz, que obteve quase oito por cento, o que contrasta com o fiasco da Democracia Cristã e seu candidato presidencial Carolina Goic.

Katz poderia ser aliado natural de Piñera no segundo turno, mas não se sabe o que fará, poderia deixar livres seus simpatizantes para votarem em quem quiser.

Há outro elemento que joga um papel muito importante nos dias que faltam para o segundo turno: o que farão os que se abstiveram nos pleitos do último domingo, um número bem elevado, 60 por cento, que se convertem no objeto de desejo de Piñera e Guillier.

Quem conseguir mobilizar essa população apática com suas promessas e discursos eleitorais será vitorioso na fase final, que será mais apertada e interessante do que se previa.

Se moverá Piñera para a extrema direita, seu terreno natural, ou vai virar um pouco para a esquerda? Afinal, vale tudo para ganhar.

Piscará Guillier para a direita, ou se apoiará em Sánchez em busca dos votos perdidos? Tudo é possível.



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