Manipulação perversa do caso do submarino argentino

Editado por Lorena Viñas Rodríguez
2017-11-24 12:53:47

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Por Guillermo Alvarado

A Armada e governo do presidente da Argentina Maurício Macri manipularam perversamente a tragédia do submarino San Juan que enlutou e, ao mesmo tempo, indignou os familiares dos 44 tripulantes do navio que agora se sabe que morreram.

Após oito dias de especulações em torno da busca do submarino, dando falsas esperanças a seus parentes e mantendo uma cortina de fumaça por meio da imprensa, ontem, finalmente, se soube da verdade: pouco tempo depois de perder o contato ocorreu uma explosão que destruiu a nave.

Os termos extravagantes usados por um chefe da marinha que descreveu a tragédia como “evento violento, singular, anômalo, curto e não nuclear consistente com uma explosão” soou como uma zombaria aos ouvidos dos que levam uma semana aguardando notícias de seus seres queridos.

Como assinalava a jornalista argentina Stella Calloni no jornal La Jornada: o acontecido se resume numa só frase: o submarino simplesmente explodiu eliminando de vez a possibilidade de que houvesse sobreviventes.

O pior é que o governo de Macri sabia perfeitamente o que tinha se passado desde o mesmo 15 de novembro e foi protelando a notícia deixando aberta a porta para muitas especulações, desde a simples estupidez dos que lidaram com a informação, até coisas muito mais escuras e tenebrosas.

Por exemplo, o presidente Macri não tinha dito que desde a segunda quinzena de outubro havia no sul do país um elevado número de militares norte-americanos e cientistas da Administração Nacional da Aeronáutica e do Espaço, a NASA como se conhece suas siglas em inglês.

E tem mais. No dia 31 de outubro chegaram vários navios da marinha norte-americana ao porto de Ushuaia, de onde partiu o submarino San Juan de volta a Mar del Plata após vários dias de suposto patrulhamento nessas águas.

Não é preciso ser maldoso para se perguntar: será que o submarino viu alguma coisa que não devia? Ou estava participando de manobras clandestinas, não autorizadas pelo Congresso argentino como exige a Constituição?

A opinião pública também pondera a possibilidade de a explosão ter sido ocultada durante uma semana, para ter tempo de localizar e esconder os escombros do San Juan que pudessem revelar dados eventualmente inconvenientes para as autoridades do país, entre eles a causa do verdadeiro desastre.

O submarino foi construído em 1983, na Alemanha, isto é, faz 35 anos, e se bem foi consertado algumas vezes para alongar sua vida, já era considerada uma nave antiga. Mesmo assim é difícil pensar que um curto circuíto, o pretexto inicial para justificar a perda de contato, tivesse provocado uma explosão capaz de destruí-lo.

As dúvidas e a desconfiança com relação ao governo de Macri vão aumentado, enquanto isso 44 famílias choram seus mortos com a sensação de que foram objeto de uma perversa manipulação.

 



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