Liberação da venda de armas no Brasil

Editado por Lorena Viñas Rodríguez
2019-01-21 10:37:12

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Por Guillermo Alvarado

Infelizmente, o presidente do Brasil Jair Bolsonaro cumpriu a promessa de flexibilizar a venda e posse de armas de fogo apesar da violência que conturba seu país. Só em 2017 morreram em consequência de atos violentos 84 mil pessoas, dois terços por feridas de bala.

Bolsonaro assinou decreto que flexibiliza a venda apoiando-se na ideia de que os cidadãos têm o direito de defender suas propriedades e integridade física, mas passou por cima de um detalhe: quanto mais armas circularem nas ruas, maior será o número de mortos.

Apelou, também, ao resultado de um referendo feito em 2005, faz 13 anos, quando 63 por cento dos votantes se pronunciaram a favor da liberação da venda de pistolas e revólveres. Com o passar dos anos, a opinião das pessoas mudou e agora elas pensam diferente. Pesquisas recentes revelam que 68 de 100 querem a proibição da venda.

Durante sua campanha eleitoral, Bolsonaro fez outras declarações inquietantes: inocentar os policiais que matassem supostos delinquentes durante uma ação. Acontece que no Brasil os policiais não precisam de estímulos para atirar, como mostram as estatísticas;

No estado do Rio de Janeiro, de janeiro a novembro de 2018, foram abatidas nas ruas ao todo 1.444 pessoas pelos policiais.

O novo governador Wilson Witzel que milita no mesmo partido político que Bolsonaro – o Social Cristão – disse que os policiais podem atirar para matar, sem aviso, contra qualquer um que porte um fuzil, mesmo se essa pessoa não estiver ameaçando ninguém.

De volta ao decreto assinado pelo presidente, este amplia até dez anos o tempo de validade da licença de posse de armas. Durante os governos do Partido dos Trabalhadores o prazo era de três anos e o golpista Michel Temer elevou-o a cinco.

Além do mais, os que quiserem comprar um revólver não têm obrigação de provar que a aquisição da arma é indispensável por razões de segurança.

Outra coisa: uma pessoa pode comprar até quatro armas e mais se forem proprietários agrícolas.

Os fabricantes e comerciantes dessas ferramentas da morte estão felizes da vida, como a brasileira Tauros, que produz a pistola calibre 38, a mais barata, vendida e utilizada para matar no Brasil.

Bolsonaro também pretende abrir esse mercado para os empresários estrangeiros, pensando talvez que para tirar a vida de alguém tanto faz uma bala brasileira quanto uma estrangeira.



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