A conturbada situação no Haiti

Editado por Lorena Viñas Rodríguez
2019-02-18 11:47:16

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Por Maria Josefina Arce

Antes do terremoto de janeiro de 2010, o Haiti era a nação mais pobre do hemisfério. O panorama continua o mesmo nove anos depois. Conforme o Índice de Desenvolvimento Humano, que a ONU prepara para medir o progresso de uma nação, os haitianos estão entre os que exibem a pior qualidade de vida no planeta.

A CEPAL – Comissão Econômica da ONU para América Latina e o Caribe – confirmou que o Haiti continua sendo o mais pobre das Américas, seu crescimento econômico em 2018 foi um dos mais baixos da região.

O país tem um deficit orçamentário que supera os 86 bilhões de dólares e a inflação é de mais de 15 por cento. Por sua vez, a perda de valor de sua moeda nacional frente ao dólar foi mais de 20 por cento.

A corrupção e o esbanjamento do dinheiro público se somam às já péssimas condições sociais e econômicas agravadas por eventos da natureza.

No final de novembro do ano passado, um relatório do Supremo Tribunal de Contas confirmou que mais de dois bilhões de dólares destinados à área social foram roubados por 15 ex-funcionários governamentais do Haiti.

Faz meses que o Haiti é um barril de pólvora, a situação é insustentável para a cidadania que acabou saindo às ruas. Os protestos mais recentes começaram neste mês deixando ao menos nove mortos, segundo meios de imprensa.

Os manifestantes exigem a demissão do presidente Jovenel Moise e de sua equipe de governo, ademais querem a adoção de medidas urgentes para resolver os principais problemas.

O líder rural haitiano Jean-Baptiste Chavanne, citado pela televisora Telesur, disse que o país depende totalmente da ajuda internacional, de uma parte dos governos imperialistas e das instituições financeiras internacionais.

Explicou que os governos anteriores privatizaram tudo que puderam. Agora querem privatizar também os serviços com a saúde e a edução.

Em cinco de fevereiro, o governo declarou “emergência econômica” que inclui corte no custo dos bens de primeira necessidade e maior acesso das pequenas empresas à obtenção de crédito, para tentar aliviar a crise.

Porém, os protestos não cessam e as autoridades se viram obrigadas a adotar outras medidas para atenuar a tensa situação, como a diminuição do salário do primeiro-ministro e a eliminação dos privilégios que gozam os funcionários de governo.

Os haitianos estão cansados de esperar a melhora de suas condições de vida. Má administração, desastres naturais e a intromissão de organizações que dizem ser humanitárias, mas tiram proveito da instabilidade política e econômica da nação.



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