O controle necessário de armas de fogo nos EUA

Editado por Lorena Viñas Rodríguez
2019-03-29 11:41:54

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Por Maria Josefina Arce

Passou-se um pouco mais de um ano da chacina na escola de Parkland, Flórida, e ainda se sofrem as consequência daquele triste 14 de fevereiro de 2018, quando morreram 17 pessoas, entre estudantes e professores, e outras 14 foram hospitalizadas.

Nos últimos dias, um segundo sobrevivente de Parkland se suicidou. A tragédia ocorreu uma semana depois de uma moça de 19 anos – que também sobrevivera aquele tiroteio – acabasse com sua vida transtornada pela culpa de ter sobrevivido.

Parkland, como outros massacres nos Estados Unidos deixaram uma ferida profunda na sociedade norte-americana, abalada todos os dias por lastimáveis acontecimentos que envolvem armas de fogo.

Em 2018, ocorreram mais de 330 tiroteios em território norte-americano.

Após a matança de Parkland começou grande movimento estudantil para pedir controle sobre armas, um assunto que sempre vem à tona depois de um acontecimento como esse.

Jornadas de protesto se realizaram em todo o território nacional para reclamar a proibição das armas de assalto, maior controle dos antecedentes de possíveis compradores e tirar as armas dos que exibam comportamento violento.

O tema divide a sociedade norte-americana. Muitos advogam por um controle mais rigoroso, mas também há outros que defendem seu direito constitucional de portar armas.

Até agora se conseguiu pouca coisa. Alguns estados, Flórida inclusive, implementaram tímidas medidas. As leis federais não respondem à gravidade da situação. Os entendidos advertem: a Associação Nacional do Rifle rejeita qualquer lei que pudesse ampliar os controles.

O ex-presidente Barack Obama esbarrou uma e outra vez a resistência dos republicanos no Congresso para introduzir modificações que permitissem um controle mais rigoroso.

Acontece que é longa demais a relação de políticos norte-americanos comprometidos com a poderosa Associação Nacional do Rifle, que financiou campanhas eleitorais de congressistas, governadores e de presidentes inclusive.

É o caso do atual presidente Donald Trump, que, apoiado por essa organização em sua campanha para entrar na Casa Branca, sempre foi um defensor fiel da segunda emenda da Constituição, que reconhece o direito de portar armas.

Porém, o porte de armas que se espalha cada vez mais entre os cidadãos provoca feridas profundas na sociedade. Em 2017, uns 40 mil norte-americanos morreram em incidentes associados com armas de fogo, o que representa dez mil mortos a mais comparado com 1999.

Informações oficiais revelam que nos Estados Unidos há ao redor de 393 milhões de armas nas mãos de civis, o que representa um risco para a sociedade toda, que clama por mudanças, para acabar com a cada vez mais frequente ocorrência de incidentes ligados a armas de fogo que conturbam o país.



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