Fidel, o dom da palavra

Editado por Lorena Viñas Rodríguez
2019-11-26 10:53:27

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Por Guillermo Alvarado

Há homens que irradiam luz sem consumir-se jamais e têm a rara qualidade de falar com palavras simples, contundentes e claras as maiores verdades e imprimi-las com fogo no espírito e o coração dos outros. Fidel Castro, em nossos tempos, é um exemplo.

Quando a gente pensa em Fidel, sua lembrança vem associada com alguma dessas frases que, como pérolas, introduzia em seus discursos que foram marcando a história na segunda metade do século passado e nos primeiros anos do presente.

Visionário e com profunda fé revolucionária, surpreendeu com palavras cheias de otimismo nas mais adversas condições. Por exemplo, ao ser julgado a 16 de outubro de 1953 pelo assalto ao Quartel Moncada, afirmou: “Condenai-me, não importa, a história me absolverá”

Poucos anos depois, após a derrota de Alegría del Pío, que seguiu ao desembarque do iate Granma, ao reunir-se com seu irmão Raúl e constatar que contava com um punhado de homens e sete fuzis, observou: “Agora sim, ganhamos a guerra”.

A 1º de janeiro de 1959 avisou desde o Parque Céspedes em Santiago de Cuba: “A Revolução começa agora, a Revolução não será uma tarefa fácil, a Revolução será um empreendimento duro e cheio de perigos”.

Seu tamanho como estadista se universalizou a 26 de setembro de 1960, por ocasião de seu primeiro discurso na Assembleia Geral da ONU.

Naquele dia, perante presidentes de todos os países pronunciou uma frase que poderia ser inscrita em todas as casas de governo, especialmente nas dos países desenvolvidos: ”Cesse a filosofia do despojo e cessará a filosofia da guerra”.

Momentos trágicos constituíram o marco para explicar o caráter da Revolução. Quando ocorreu o atentado contra o navio La Coubre, em março de 1960, Fidel disse: “Só que agora liberdade quer dizer alguma coisa mais: liberdade quer dizer pátria. E a disjuntiva nossa seria Pátria ou Morte. Pátria ou morte!”

No enterro dos que morreram nos bombardeios que precederam a invasão de Playa Girón, a 16 de abril de 1961, definiu para Cuba e o mundo que “Esta é a Revolução socialista e democrática dos humildes, com os humildes e para os humildes”.

Quem não carrega na memória as palavras pronunciadas naquela Praça lotada de pessoas doloridas após o ataque cometido contra um avião de Cubana de Aviação. “Não podemos dizer que a dor se compartilha. A dor se multiplica. Milhões de cubanos estão chorando hoje junto aos seres queridos das vítimas do abominável crime. E quando um povo enérgico e viril chora, a injustiça treme!”.

Precisaria um livro para analisar o conceito de Revolução feito por Fidel a 1º de maio de 2000, mas o tempo só permite citar alguns extratos: “Revolução é ser tratado e tratar os demais como seres humanos;… é desafiar poderosas forças dominantes dentro e fora do âmbito social e nacional;… é não mentir nunca, nem violar princípios éticos; é convicção profunda de que não existe força no mundo capaz de esmagar a força da verdade e das ideias. Revolução é unidade…”

Revolução, amigos, é Fidel.



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