A paz que nunca chega

Editado por Lorena Viñas Rodríguez
2020-01-30 12:10:19

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Por Maria Josefina Arce

Líderes sociais ou ex-guerrilheiros são assassinados todos os dias na Colômbia, onde a paz parece ter ficado no papel devido ao insuficiente compromisso e vontade política do governo do presidente Iván Duque para acabar com a violência que conturba a nação.

Recentes informações revelam que 27 ex-membros da guerrilha foram assassinados nas primeiras semanas de 2020. Todos eles estavam em via de reincorporação à sociedade.

Neste contexto de persistente violência, o ora partido Força Alternativa Revolucionária do Comum exprimiu sua preocupação com a falta de garantias de segurança que se evidencia no sistemático assassinato de líderes sociais e de ex-guerrilheiros das extintas Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia – Exército do Povo.

A outrora guerrilha cumpriu o pactuado e depôs as armas, ao espírito do acordo de paz alcançado em Havana em 2016 iniciando o processo de reinserção na sociedade colombiana.

Carlos Ruiz Massieu, chefe da Missão de Verificação das Nações Unidas na Colômbia, realçou que a segurança é um dos principais desafios para a implementação do Acordo.

Para implementá-lo, é preciso aplicar tudo que foi pactuado, por exemplo, criar oportunidades econômicas para todos, especialmente nas zonas onde tinha decorrido o conflito armado, o que não se concretizou devido à morosidade do governo.

A violência na Colômbia afeta muitos, e as crianças também acabaram sendo envolvidas nessa espiral. A ONU denunciou que de novembro de 2016 a julho de 2019 ocorreram 600 casos de recrutamento à força de menores de idade para combater.

“As crianças continuam expostas a graves violações à medida que outros grupos ocupam o espaço deixado pela retirada das Farc, advertiu a representante especial da ONU para a infância e os conflitos armados, Virginia Gamba.

A ONU verificou ao menos 186 casos de menores, alguns com apenas cinco anos de idade, que foram assassinados ou mutilados, a maioria das vezes por fogo cruzado ou restos de minas, e também em ataques contra escolas e hospitais.

O panorama na Colômbia é complicado, a situação piorou em muitas regiões do país e a população civil sofre da presença de outros grupos armados e continuam os assassinatos seletivos, a arregimentação de menores, deslocamentos em massa e pessoas sumidas.

Este ano parece seguir a tendência de 2019, que foi especialmente violento. A situação que prevalece hoje em dia leva a perguntar: podemos falar em pós-conflito armado na Colômbia, onde proliferam os grupos paramilitares e a violência parece não ter fim?



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