Os moradores de zonas rurais da Colômbia apanhados na espiral da violência

Editado por Lorena Viñas Rodríguez
2020-03-01 14:19:12

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Por Maria Josefina Arce

Graves são as consequências sociais da falta de vontade política do governo do presidente colombiano Ivan Duque para a implementação total do acordo de paz.

O acordo fechado em Havana, em 2016, pôs fim a um conflito armado de cinco décadas, porém a violência não cessou, continua abalando a sociedade colombiana.

Líderes sociais e ex-guerrilheiros, que entregaram as armas, apostaram na paz e buscam reintegrar-se à sociedade, são assassinados um atrás do outro, a uma velocidade apavorante. São as notícias do dia a dia na Colômbia e sobre as quais advertiram organizações locais e internacionais.

Os grupos paramilitares semeiam o terror e a morte em povoados rurais de várias regiões do país Assassinatos, deslocamentos à força e recrutamento de menores são corriqueiros nessas áreas.

A ONU advertiu sobre a situação em Catatumbo, no nordeste do país, devido às ações dos paramilitares. Há mais de duas semanas, umas 20 mil pessoas têm urgentes necessidades alimentares, sanitárias, de proteção e educacionais.

O Escritório das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários assinalou que essa situação é resultante do enfrentamento entre grupos armados ilegais pelo controle da região.

Tudo isto alterou a dinâmica cotidiana de instituições públicas, transportadores, comerciantes e os trabalhadores rurais.

Não é a primeira vez que vem à tona a difícil situação em que se acham os habitantes de diferentes regiões colombianas entre o fogo cruzado de grupos paramilitares. Recentemente, comentávamos o caso de Bojayá, no departamento de El Chocó, onde os cidadãos permaneciam confinados devido às operações dos paramilitares.

Os moradores das zonas rurais também sofrem nas mãos do exército, o que não é nada novo no panorama colombiano. No município de Macarena, no departamento de Meta, lavradores dos Parques Tinigua e Cordillera Picachos foram vítimas do ataque das forças governamentais.

Helicópteros do exército atacaram os moradores quando estes estavam reunidos para analisar a violência com a qual as tropas do governo pretendiam deslocar a comunidade de seu território.

Colômbia vive uma espiral da violência, nas que estão apanhados os habitantes das zonas rurais, os líderes comunitários e os ex-guerrilheiros, justamente aqueles que apostaram na paz, mas o governo do presidente Ivan Duque parece  não se importar com a paz.

 

 



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