Os desamparados da pandemia

Editado por Lorena Viñas Rodríguez
2020-03-22 19:06:13

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Guillermo Alvarado

Os meios de comunicação, grandes e pequenos, as redes sociais, governos e instituições insistem na necessidade de tomar precauções para evitar o contagio do novo coronavírus.

Uma das medidas mais eficazes é lavar as mãos com água limpa e sabonete várias vezes ao dia. Qualquer um de nós diria que não há nenhum problema para cumprir a medida, mas não é bem assim. No mundo, há três bilhões de pessoas, 40 por cento da população, que não têm acesso a essa higiene mínima.

A informação foi dada pelo diretor de programas do Fundo das Nações Unidas para a Infância UNICEF Sanjai Wijesekera, que revelou uma realidade dolorosa no meio de uma pandemia que castiga com força algumas regiões do planeta.

A maioria dos afetados por esta situação vive na África subsaariana, uma região onde o coronavírus, por sorte, não ataca com força, por enquanto.

Na Ásia central e do leste, de 22 a 28 por cento dos habitantes também não têm condições para lavar as mãos, uma medida crucial para romper a cadeia de contágios e controlar a pandemia, segundo a Organização Mundial da Saúde OMS.

Em nosso continente, a situação não é muito melhor em vários países e não estou falando somente nos mais pobres, como o Haiti.

Na zona rural da Guatemala, vivem dezenas de milhares de pessoas que não têm água potável e onde o sabonete é um artigo de luxo que muita gente não pode comprar. Além disso, essas pessoas moram bem longe de postos de saúde aonde deveriam se dirigir caso contraíssem a doença.

A situação é a mesma em países vizinhos como Honduras e El Salvador. Nesses lugares, o número relativamente pequeno de casos se deve provavelmente à ausência de um levantamento sério e sistemático.

Contudo,  o problema não se limita a nações pouco desenvolvidas. Nos Estados Unidos vivem ao menos meio milhão de pessoas nas ruas e cabe perguntar: como vão lavar as mãos essas pessoas para se cuidar do coronavírus?

Há outros 30 milhões de cidadãos norte-americanos que carecem de seguro médico. É verdade que o presidente Donald Trump, em manobra destinada a esquivar as críticas pela má gestão da crise, anunciou exames médicos gratuitos para todos.

Não disse, porém, o que vai acontecer com as pessoas que tiverem testes positivos.  Vai abrir os hospitais para atendê-las? É bem difícil que isso ocorra num país como aquele.

 

 



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