Guerra de tronos nos EUA

Editado por Lorena Viñas Rodríguez
2020-04-17 10:16:00

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Por Guillermo Alvarado

O presidente dos EUA, Donald Trump, e o governador do estado de Nova York, Andrew Cuomo, colidiram a propósito da eventual abertura da economia quando a pandemia da Covid-19 ainda está causando estragos no país.

O presidente acha que as pessoas devem voltar ao trabalho o mais rapidamente possível e deu de prazo os primeiros dias de maio para levantar o confinamento de milhões de pessoas em todo o país.

A medida parece precipitada. É verdade que diminui um pouco o número de contagiados e falecidos, mas ninguém sabe ao acerto se essa tendência vai continuar, ou se trata apenas de uma pausa.

O governador Cuomo traçou sua própria linha vermelha e garantiu que não vai obedecer a Trump se este quiser reabrir o estado antes do tempo prudencial.

Nova York é o estado mais castigado pela pandemia nos Estados Unidos com mais dez mil mortos e 190 mil contágios. Em todo o país, há perto de 600 mil doentes e a Covid-19 matou até agora perto de 24 mil pessoas.

À crise sanitária se soma a política. Recentemente, Trump assegurou que a decisão de reabrir o país é com ele, e não com os governadores, ainda que antes dissesse que a responsabilidade principal cai nos ombros das autoridades estaduais.

Cuomo respondeu dizendo que foram as colônias as que criaram o Governo Federal e não o contrário. Temos um presidente e não um rei afirmou o chefe do executivo de Nova York.

Sem dar o braço a torcer, o presidente respondeu que Cuomo parece querer a independência e asseverou que quando um sujeito é presidente dos Estados Unidos, o poder é total.

A população é refém nesta luta de tronos, especialmente os mais necessitados, aqueles que precisam de um emprego para sobreviver e podem ser forçados a sair de casa e arriscar suas vidas para ganhar o sustento da família.

Trump - que cortou a cota de dinheiro que seu país passava a Organização Mundial da Saúde – parece sentir que a pandemia poderia mudar de rumo e, depois de ter zombado da mesma, agora não quer ninguém competindo com ele, ele quer se declarar artífice de uma vitória ainda improvável e, por enquanto, distante.

Talvez pense que ninguém vai se lembrar do muito que hesitou no começo,  de sua falta de previsão, sensibilidade e bom senso.

 

 



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