O futuro sombrio da economia europeia

Editado por Lorena Viñas Rodríguez
2020-05-11 13:06:55

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Por Guillermo Alvarado

A pandemia da Covid-19 terá efeito muito negativo na economia dos países membros da União Europeia cujo Produto Interno Bruto sofrerá retrocesso nunca visto desde os anos 30 do século passado.

A Comissão Europeia confirmou a sombria notícia ao publicar seus planos de primavera, quando costuma traçar o rumo do mecanismo integrador até o final do ano.

A queda do PIB da União Europeia será de 7,4 por cento, o que significa perda de nove pontos com relação às estimativas anteriores.

Para a chamada Zona Euro, isto é, as nações que utilizam a moeda comum, o prejuízo será maior, vaticinou o organismo reitor desse grupo.

O efeito negativo não será simétrico. Aliás, os danos causados pela Covid-19 também não são. Grécia, um dos países mais fracos da união, terá uma queda de 9,7 por cento; logo depois aparecerá a Itália, com 9,5; Espanha, com 9,4 e a França – a segunda economia regional -terminará o ano com saldo negativo de 8,2 por cento.

Paolo Gentiloni, comissário europeu para Assuntos Econômicos e Monetários, afirma que se trata de um golpe sem precedentes depois da Grande Depressão que obrigou a modificar as regras em quase todo o mundo.

Isto vai repercutir diretamente na perda de empregos colocando ponto final a uma lenta e custosa recuperação dos últimos anos neste importante indicador. Por exemplo, a França vai superar de novo a barreira de 10 por cento de desemprego.

Paralelamente, crescerá o peso da dívida pública, que será de 102 por cento do PIB na Zona Euro, com piores resultados na Grécia, onde alcançará 200 por cento, ou seja, o dobro do que o país possa produzir neste ano.

Porém, as coisas podem até piorar, há possibilidade de um cenário mais complicado.

Há um mar de dúvidas em torno da decisão de vários países de levantar as medidas de isolamento no meio de uma forte circulação do vírus, como fizeram Itália, Espanha e França, entre outros.

Se ocorrer uma segunda onda de contágios, mais forte e duradoura que a primeira, a economia da União Europeia vai afundar muito mais e as possibilidades de uma recuperação no ano que vem seriam uma quimera.

A ânsia de salvar os negócios acima da saúde poderia custar muito caro.

  



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