As máscaras caem

Editado por Lorena Viñas Rodríguez
2020-06-04 12:35:39

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Por Guillermo Alvarado

Estados Unidos, a nação das liberdades, da democracia e dos direitos humanos, segundo a pervertida visão de seus próprios governantes, está mostrando seu verdadeiro rosto sulcado de rancores, medos, abusos e uma profunda divisão criada por séculos de racismo e exclusão.

Não é a primeira vez que os oprimidos manifestam sua raiva contra a brutalidade com que são tratados no país dos brancos, anglo-saxões e protestantes. George Floyd também não é o primeiro negro assassinado pela polícia no decurso deste ano. Em 23 de fevereiro, em Georgia, Ahmaud Arbery foi morto quando fazia exercícios, por conta de Travis McMichael e seu pai, o policial aposentado Gregory McMichael.

Algumas semanas depois, em 13 de março, a polícia de Louisville, Kentucky, matou a enfermeira Breonna Taylor, 26 anos. Os policiais tinham assaltado sua casa por erro em busca de um suspeito que já tinha sido capturado.

Amy Goodman afirma que a violência policial é a principal causa de mortes entre os jovens negros norte-americanos.

A explosão não ocorreu em fevereiro ou março, detonou agora, após a execução extrajudicial de Floyd, porque as pessoas se fartaram e a raiva atingiu níveis perigosos na terra dos sonhos.

A pandemia da Covid-19 - que está matando especialmente os afro-americanos e membros de outras minorias étnicas - é um dos elementos que explica o que está se passando em dezenas de cidades dos Estados Unidos, a principal potência econômica e militar do mundo.

Outro elemento é o comportamento irresponsável do presidente Donald Trump, que já deu provas do pouco que se importa com as vidas dos pobres e excluídos.

Primeiro, chamou “facínoras” os que saíram às ruas para protestar; depois, disse que ia declarar terrorista a organização Antifa, diminutivo do movimento antifascista que foi criado nos Estados Unidos nos anos 1980 por grupos anti-racistas confrontados com a supremacia branca e neonazista.

Avivando o fogo, Trump ameaçou colocar o exército nas ruas, o que seria uma verdadeira estupidez porque forçaria os soldados a atirar contra os próprios cidadãos norte-americanos.

Um dos lugares em estado de prontidão é Fort Bragg, em Carolina do Norte, nome com ressonâncias funerárias, porque lá foram treinados milhares de gorilas latino-americanos em técnicas de sequestrar, torturar e assassinar os que se opunham às ditaduras que devastaram a região.

Vão caindo, uma depois da outra, as máscaras do império, que tinha se disfarçado para dar uma imagem civilizada ante o mundo.



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