Lenha na fogueira

Editado por Lorena Viñas Rodríguez
2020-06-16 12:25:03

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Por Guillermo Alvarado

Sem terem cessado as manifestações nos Estados Unidos e no mundo que reclamam justiça para George Floyd assassinado por um policial, na cidade de Atlanta, outro cidadão afro-americano morreu a tiros quando supostamente resistia à sua detenção.

Segundo a versão oficial, Rayshard Brooks pegou no sono em seu carro na entrada de uma lanchonete que servia comida para levar e alguém chamou a polícia.

Os policiais fizeram o teste de alcoolemia, que deu positivo, e quando tentaram prendê-lo, Brooks forcejou, tirou uma arma de descarga elétrica de um policial e aí foi abatido a tiros.

Gravações divulgadas pelas redes sociais revelam que o uso da força letal tinha sido totalmente desnecessária, o que avivou ainda mais os ânimos em vários segmentos da população que, no fim da semana passada, organizaram protestos no lugar dos acontecimentos.

A chefa da polícia de Atlanta, Erika Shields, pediu a dispensa imediata dos autores dos tiros e se demitiu do cargo, talvez prevendo o que poderia ocorrer nos próximos dias.

 A brutalidade policial especialmente contra membros das minorias étnicas vem sendo assinalada desde 25 de maio passado, quando ocorreu a morte de Floyd. E a ira popular cresceu com o desastroso manejo da situação pelo presidente Donald Trump, que ameaçou botar o exército nas ruas para reprimir os protestos.

A situação abalou as relações do chefe da Casa Branca com as forças armadas. O oficial de mais alta patente no país, general Mark Milley, chefe do Estado Maior, pediu desculpas por ter acompanhado Trump a um ato em frente à igreja onde o presidente tirou fotos segurando uma bíblia.

Por sinal, Trump decidiu atrasar um dia seu comício de campanha em Tulsa , Oklahoma, porque caia em 19 de junho, aniversário da abolição da escravatura nos Estados Unidos, em 1865.

A pandemia da Covid-19 e maciças manifestações contra o racismo colocam o presidente em maus lençóis quanto às suas aspirações de se reeleger em novembro.

Os erros na gestão da crise sanitária fazem com que os Estados Unidos tenham atualmente mais de dois milhões de doentes e mais de 100.000 mortos.

Nestas circunstâncias, a morte desnecessária de Brooks é como jogar lenha na fogueira num país cuja economia está em terapia intensiva.

 



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