União Europeia no labirinto

Editado por Lorena Viñas Rodríguez
2020-06-23 12:39:05

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Por Guillermo Alvarado

A União Europeia deixou de ser o foco mundial da Covid-19 e quase todos os países membros estão voltando ao estado normal, porém o bloco tem pela frente meses ou anos bem complicados, em que estará em jogo sua capacidade para reparar os prejuízos sofridos pela pandemia.

A diretora do Banco Central Europeu, a francesa Christine Lagarde, avisou que o Produto Interno Bruto regional vai diminuir neste ano em 8,7 por cento, o que significa uma queda brutal.

Além disso, o desemprego vai aumentar em mais de 2,5 por cento superando a temida barreira de 10 por cento. E os mais prejudicados serão os jovens.

Algumas grandes empresas, como o consórcio aeroespacial Airbus deram declarações inquietantes. Em recente comunicado, a empresa disse que a queda da procura provocada pelo coronavírus já obrigou a reduzir a produção em 40 por cento neste ano e no que vem.

Todavia, a possibilidade de o tráfego aéreo não se normalizar até 2023, na melhor das hipóteses, obrigaria a tomar novas medidas que golpeariam o setor do emprego.

Em carta endereçada a 145 mil funcionários do Airbus, o presidente executivo Guillaume Faury explicou que o grupo terá de se adaptar à realidade e diminuir o formato da empresa, o que obrigará a tomar amargas e difíceis decisões para o emprego antes do final do próximo mês de julho.

A situação é parecida em muitas empresas da União Europeia. As mesmas são forçadas a fechar ou reduzir drasticamente suas atividades.

Em meio a esta crise, os líderes da União Europeia não conseguem chegar a um acordo quanto ao montante e as características do plano de recuperação da economia e tiveram de adiar a solução do assunto para julho.

Todos concordam na urgência de injetar fundos para atenuar os danos da pandemia, porém as atitudes são diferentes. Holanda, Suécia, Dinamarca e Áustria não concordam com o fundo de 750 bilhões de euros para tal finalidade, querem menos e que sejam repartidos através de créditos e não de subvenções. Já França, Alemanha, Espanha e Itália, desejam manter o fundo anteriormente mencionado e fazer transferências diretas aos países.

Um dos pontos fracos da União Europeia é que congrega países de diferentes tamanhos e capacidades econômicas, mas suas normas se aplicam de modo igual a todos, o que cria evidentes disparidades.

Algumas das nações mais ricas se recusam sistematicamente a mandar dinheiro para desenvolver os países menores. Esse comportamento se deixa entrever nestes momentos de crise, quando os negócios e os lucros deveriam abrir espaço a conceitos como cooperação e solidariedade.



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