O preço dos empréstimos do Fundo Monetário Internacional

Editado por Lorena Viñas Rodríguez
2020-10-07 18:47:11

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Por Maria Josefina Arce

Pronunciar o nome FMI - Fundo Monetário Internacional – na América Latina traz lembranças muito desagradáveis. A relação do continente com a instituição financeira tem sido difícil e problemática.

Seus empréstimos somados a receitas neoliberais tiveram consequências desastrosas para os povos. Fomos testemunhas disso ao longo de décadas, especialmente nos anos 1980 e 1990 e começo deste século, na América Latina.

A intervenção do FMI nas economias latino-americanas tem sido sinônimo de recessão, desemprego, pobreza e perda de soberania.

Nestes dias, Costa Rica foi teatro de grandes protestos contra os planos do governo de fechar acordo com o Fundo Monetário Internacional. Finalmente, o projeto acabou sendo descartado.

Temos o exemplo do Equador. Após pôr fim à problemática relação, a chegada de um governo neoliberal trouxe de volta a instituição de crédito ao país, onde já começaram a adotar medidas de ajuste que prejudicam os pobres.

Cortes de verbas destinadas aos programas sociais e às áreas de educação e saúde significam retrocesso no bem-estar dos cidadãos.

A Argentina, por sua vez, sob o governo do ex-presidente Maurício Macri, viveu experiência similar até 2019, sem que tivesse superado a ruína de 2001 que provocou a demissão do governo de Fernando de la Rúa.

A volta do Fundo a essa nação sul-americana disparou a pobreza que de 27,3 por cento nos primeiros seis meses de 2018 subiu a 35,4 por cento em 2019.

Muitos economistas admitem que a aplicação de programas do Fundo Monetário Internacional pouquíssimas vezes tem êxito. E concordam em que tais programas aumentam a desigualdade nos países onde são aplicados.

Os Estados Unidos dominam a política econômica de várias nações através do FMI, portanto, as mesmas arriscam sua soberania quando procuram essa entidade.

O Fundo Monetário Internacional não é bem visto pelos povos da América Latina. Suas receitas custam caro aos pobres, cujas condições de vida pioram e seu acesso a direitos humanos essenciais vira sonho remoto.



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