Bolsonaro quer munir de armas a sociedade brasileira

Editado por Lorena Viñas Rodríguez
2020-10-14 09:44:17

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Por Maria Josefina Arce

O Brasil vai pelo caminho dos Estados Unidos: munir de armas a sociedade. A política de Jair Bolsonaro vai nessa direção ao alentar o relaxamento da venda.

De janeiro a agosto deste ano, o registro de armas subiu quase 60 por cento com relação ao mesmo período de 2019.

Nos primeiros oito meses de 2020, mais de 105 mil armas foram registradas pela Polícia Federal, das quais 70 mil correspondem a cidadãos autorizados pelo exército.

Bolsonaro desfigurou o Estatuto de Desarmamento, um pacote de leis cujo objetivo era controlar as armas. Segundo estudos feitos, essas leis salvaram mais de 160 mil vidas.

Aprovado em 2003, sob a presidência de Luiz Inácio Lula da Silva, o  Estatuto de Desarmamento conseguiu baixar o número anual de homicídios.

Vale lembrar que os grupos que apóiam as armas e os fabricantes das mesmas sempre exerceram pressão para que os cidadãos tivessem acesso. Ao longo dos anos, eles fizeram de tudo para desmontar as leis anteriormente mencionadas.

A eleição de Bolsonaro veio a calhar, porquanto durante sua campanha o hoje presidente prometeu relaxar essas legislações.

Porém, Bolsonaro encontrou certa resistência. Em seus primeiros seis meses de governo baixou vários decretos que facilitavam a licença e o porte de armas. Todavia, foi obrigado a revogá-los diante das críticas e a falta de apoio do Congresso.

Mas não desistiu. Para driblar a resistência, promulgou outros três decretos, que não incluíam os aspectos mais polêmicos criticados pela Justiça e o Congresso.

Soou o alarme no Brasil, um país com elevados índices de violência. Só em 2018, 71 por cento dos homicídios ocorridos envolveram armas de fogo.

Organizações sociais assinalam que mais armas levarão inevitavelmente ao aumento da violência, e o presidente deveria se preocupar com as causas socioeconômicas  dessa violência.

Todos sabem que essa situação está ligada à desigualdade, a falta de oportunidades e de acesso a direitos humanos essenciais.

Infelizmente, no Brasil de Jair Bolsonaro a desigualdade disparou. O Brasil, hoje, é um dos países onde a pobreza extrema cresce mais rapidamente.

 

 



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