Escolas desiguais

Editado por Lorena Viñas Rodríguez
2020-11-09 13:08:49

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Por Guillermo Alvarado

América Latina e o Caribe são considerados a região mais desigual no mundo, portanto, não é de se admirar que o processo de ensino também seja desequilibrado. Agora, a presença e o dano provocado pela Covid-19 poderiam causar um desastre geracional.

A Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura  - UNESCO - publicou relatório em que afirma o anteriormente mencionado e revela que, ao longo deste ano, aumentaram as diferenças de oportunidades entre os mais ricos e os segmentos populacionais desprotegidos.

As disparidades já eram gritantes antes que aparecesse a pandemia. Em 21 países da região os estudantes dos lares endinheirados tinham cinco vezes mais oportunidades de terminar o ensino médio que os mais pobres.

Em média, só a metade dos jovens de 15 anos alcança domínio mínimo no campo da leitura. Essa média é bem menor nas comunidades indígenas, descendentes de africanos ou migrantes, que frequentam escolas cuja linguagem é diferente à sua materna.

Passam mal aqueles que são portadores de alguma deficiência, são remotas suas chances de frequentar algum centro de ensino.

Com exceção de alguns países, como Cuba, os programas do sistema de ensino público não só se caracterizam por sua desigualdade, mas também por sua baixa qualidade devido às irrisórias verbas que o Estado lhes destina.

Os alunos com necessidades especiais não contam com professores preparados para atendê-los, ou simplesmente não tem escolas apropriadas.

No meio disso aparece a Covid-19, que veio a exacerbar as desigualdades colocando de relevo as limitações para manter funcionando o ensino, em circunstâncias extraordinárias inclusive.

As modernas tecnologias, como internet, foram um alivio para ministrar conhecimentos aos que têm acesso às mesmas, porem muitos, especialmente nas zonas rurais, não tiveram essa oportunidade.

Houve países, como Guatemala, onde se adotou a decisão de aprovar todos os estudantes do ensino fundamental, para compensar de certa maneira as carências de receber classes, mas o que não se aprendeu ficará sempre no vazio.

Em meio às perturbações econômicas causadas pela pandemia, os governos deveriam concentrar esforços em compensar os desequilíbrios nos sistemas educativos, dos que depende muito o futuro de várias gerações.

 



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