Pandemia dentro da pandemia

Editado por Lorena Viñas Rodríguez
2020-12-02 12:54:02

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Por Guillermo Alvarado

A jornada internacional de luta contra a AIDS que se comemora a 1º de dezembro, decorreu neste ano sob o lema “Solidariedade mundial, responsabilidade compartilhada”.

A doença, posta em segundo plano neste ano por causa da Covid-19, contagia e mata elevado número de pessoas.

Informações publicadas pelo Escritório da ONU para o combate a AIDS –ONUSIDA – revelam que em 2019 contraíram o HIV (agente causador da síndrome de imunodeficiência adquirida) um milhão 700 mil pessoas.

Nesse período de tempo houve, em total, 38 milhões de positivos e 690 mil morreram, apesar de todos os progressos científicos para melhorar a saúde dos que se contagiaram.

Se bem que, nos últimos anos, a propagação da doença se refreou devido às novas terapias, ainda não há uma vacina para preveni-la, nem tratamento que possa curá-la, portanto, continua sendo, em essência, uma enfermidade mortal.

Além disso, entre as pessoas que conseguem manter uma qualidade de vida aceitável durante muitos anos, a maioria vive em países desenvolvidos. No mundo pobre, ainda existem muitas pessoas que não sabem de sua doença, porque não têm acesso aos exames clínicos.

Em sua mensagem pelo Dia Mundial contra a AIDS, Winnie Byanzima, diretora executiva de ONUSIDA avisou: na hora de combater à Covid-19, o mundo não pode cometer os mesmos erros que cometeu na luta contra o HIV.

Naqueles anos - recordou – houve milhões de pessoas contagiadas em países pobres que morreram esperando um tratamento. Ainda hoje em dia, explicou, há 12 milhões de positivos sem acesso aos medicamentos.

A pandemia causada pelo novo coronavírus dificultou ainda mais a luta contra a AIDS, porque piorou as enormes desigualdades neste mundo.

Não é à toa que as regiões mais castigadas pela AIDS sejam a África Subsaariana e o Sudeste da Ásia.

Não é uma questão de fazer mais, e sim de fazer melhor, de adotar medidas diferentes que já tiveram bom êxito.

Cuba, um país pequeno, mas com um coração enorme, esquivou as pedras que o bloqueio dos Estados Unidos coloca em seu caminho e obteve notáveis avanços nessa luta. Em 2015, foi o primeiro país que eliminou a transmissão materno-infantil do vírus. De 1986 até o final de outubro passado foram diagnosticadas 35 mil pessoas com a doença, das quais continuam vivas 28.756, como resultado de um sistema de saúde cuja primeira linha de trabalho é a prevenção.

 

 

 



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